A infância desvalida em Dalcídio Jurandir: um bulício de crianças, picado de risos e gritos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: VELOSO, Ivone dos Santos lattes
Outros Autores: https://orcid.org/0000-0002-7288-2845
Orientador(a): FURTADO, Marli Tereza lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Instituto de Letras e Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15178
Resumo: A tese propõe uma leitura analítico-interpretativa que objetiva demonstrar que a categoria infância tem um papel de relevo na produção literária de Dalcídio Jurandir e, de modo especial, na dimensão ética e estética da construção do seu projeto literário que ficou conhecido como ciclo Extremo - Norte. Para tanto, esse estudo, de abordagem qualitativa do tipo bibliográfica, incide, principalmente, sobre os cinco primeiros romances do ciclo dalcidiano, a saber: Chove nos Campos de Cachoeira (1941), Marajó (1947), Três casas e um rio (1958), Belém do Grão-Pará (1960) e Passagem dos Inocentes (1963). O enfoque analítico-interpretativo se apoia na técnica temática e discursiva, o que permite observar as formações ideológicas da construção discursiva do escritor marajoara, e ao modo como a figuração da infância e da criança colaboram com o tom social de seu projeto estético. Nessa perspectiva, os eixos fundamentais que orientam essa leitura são as relações entre Literatura e Sociedade e Literatura e Memória de maneira que revisitamos autores que se inserem nesse âmbito teórico, bem como aqueles que dão tratamento ao tema da infância e da obra dalcidiana. A pesquisa evidenciou, entre outras constatações, que o universo infantil que emerge das narrativas dalcidianas não se restringe apenas à presença de personagens infantis, ou que rememoram essa etapa da vida, mas também vem à tona por meio da representação do imaginário da criança, e, ainda, pela inserção na própria estrutura narrativa, através da incorporação e, muitas vezes, reelaboração de contos de fada, de mitos, ou de outros signos da cultura popular e erudita que se aproximam, de algum modo, com o mundo da puerícia. Tais estratégias, por sua vez, se alinham ao compromisso ético e estético de Dalcídio Jurandir, em cujas narrativas se aliam comprometimento social e consciência do fazer literário.