Restauração florestal na Amazônia: uma análise a partir da concorrência de paradigmas e trajetórias tecnológicas na Região de Integração do Bico do Papagaio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: SILVA, Camila de Cássia do Socorro lattes
Orientador(a): FOLHES, Ricardo Theophilo lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido
Departamento: Núcleo de Altos Estudos Amazônicos
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/15600
Resumo: Os recursos naturais são cada vez mais afetados pelo uso massivo que o homem realiza. Como consequência, observa-se a instabilidade do clima, o aumento dos mares, o derretimento das calotas polares, a degradação dos solos, os desmatamentos das florestas, entre outros efeitos. Em várias regiões do mundo, em especial, na Amazônia, a restauração florestal, com os seus variados métodos, tem sido uma alternativa sustentável para mitigar esses efeitos. A discussão sobre trajetórias tecnológicas na Amazônia pode auxiliar na compreensão das agendas de restauração florestal que se multiplicam, pois é nesse meio que se verificam que as trajetórias tecnológicas estabelecem formas de produção distintas, que podem ou não levar em consideração a natureza originária (o bioma florestal amazônico). Devido a isso, os objetivos que nortearam esta pesquisa analisaram a concorrência entre distintas trajetórias tecnológicas, em especial, a T6 (silvicultural) e T2 (agroflorestal) em torno da restauração florestal. A região de estudo é Açailândia, município pertencente à Região de Integração do Bico do Papagaio (RIBP). Para expor a concorrência entre as distintas formas de restauração florestal, optou-se por obter a percepção de quatro grupos de agentes, entre os quais estão os camponeses representando os sistemas agroflorestais, o setor privado representando o reflorestamento com eucalipto, o setor público e os produtores de mudas. Metodologicamente, lançou-se mão do referencial teórico sobre trajetórias tecnológicas na Amazônia. Coletaram-se dados primários e secundários, os primeiros feitos a partir de questionários e entrevistas e os secundários por meio de plataformas e documentos oficiais. Os resultados indicam as distintas forças produtivas entre as trajetórias tecnológicas focos do estudo, pois, constatou-se uma forte concorrência por parte de T6 e, ainda da T7 (soja), ao passo que a T2 continua a resistir por meio dos movimentos agroflorestais, ainda que diante da ausência de apoios institucionais, técnicos e financeiros públicos. Além disso, os resultados apontam que apesar da resistência dos movimentos agroflorestais, há uma forte pressão por recursos naturais vindos da T6 e T7, principalmente, por terra, processos que conjecturam para o enfraquecimento da restauração florestal pelos métodos agroflorestais mais sustentáveis, tais quais, são realizados pela T2.