O caranguejo-uçá Ucides cordatus (Crustacea, Brachyura, Ucididae), no litoral paraense: uma abordagem sobre a atividade extrativa no Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: SILVA, Mauro Marcio Tavares da lattes
Orientador(a): QUEIROZ, Helder Lima de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Universidade Federal Rural da Amazônia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal
Departamento: Campus Universitário de Castanhal
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8328
Resumo: Inicialmente o presente estudo traz informações a respeito do potencial extrativo em manguezais produtivos dos municípios de Quatipuru e Bragança, bem como, a caracterização socioeconômica dos profissionais extrativistas (caranguejeiros) desse recurso. Paralelo às informações geradas nos manguezais e nas comunidades entrevistadas em Quatipuru e Bragança, este estudo também procura contextualizar a atividade extrativa do caranguejo-uçá em todo o litoral paraense, por meio das informações obtidas pela coleta e análise dos dados referentes ao caranguejo-uçá em diferentes manguezais do Pará, além de caracterizar a atividade produtiva em importantes comunidades extrativistas deste recurso. As coletas de informações ocorreram no período de 2010 a 2012, onde o potencial extrativo analisado, nos manguezais explorados de Bragança e Quatipuru confirmam essas localidades como regiões potencialmente produtoras, com uma densidade de 5,01±1,09 ind/m2 no manguezal de Quatipuru e 6,5±1,0 ind/m2 no manguezal explorado em Bragança e um potencial extrativo imediato (PEI) de 80,91 % no manguezal de Quatipuru e 86,23 % no manguezal estudado em Bragança. Numa analise pontual em comunidades dos municípios de Quatipuru e Bragança, o perfil dos caranguejeiros caracterizou-se por apresentar uma predominância masculina, baixa escolaridade, com mínimo de 16 anos de atividade em Quatipuru e mais de 20 anos para a maioria dos entrevistados nas comunidades de Bragança. A principal técnica de captura utilizada é o “braceamento” com auxilio do gancho em ambas localidades, onde capturam em média de 51 a 100 unidades/dia em Quatipuru e 101 a 150 em Bragança, onde o atravessador é o principal destino do produto para os locais investigados. Os dados obtidos no litoral paraense revelam que dos manguezais estudados, o do município de Viseu, obteve destaque como uma importante região extrativista, com valores representativos de densidade 4,23 ± 1,40 ind/m2, de CPUE 46,6 (carang./homem/hora) e com 226,8±113,1 unidades capturadas por caranguejeiro/dia, entretanto, vale ressaltar que nesse município foi registrado o menor preço médio praticado para a unidade do caranguejo (R$0,18±0,05) entre todas as comunidades dos municípios visitados. A importância deste recurso para as comunidades do litoral paraense é evidente e necessita de ações que visem ordenar a exploração, com vista à sustentabilidade extrativa, bem como, incentivar esses profissionais da pesca artesanal, por meio de ações de resgate e valorização da cidadania.