Distribuição espacial e evolução temporal da hanseníase em um município hiperendêmico no estado do Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: MACEDO, Geraldo Mariano Moraes de lattes
Orientador(a): XAVIER, Marília Brasil lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais
Departamento: Núcleo de Medicina Tropical
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/9214
Resumo: A hanseníase é uma doença crônica, que representa um grave problema de saúde pública no Brasil. Manifesta-se por sinais e sintomas dermatoneurológicos. Tendo em vista, o contexto de hiperendemicidade da hanseníase encontrado no estado do Pará, é necessário utilizar ferramentas que permitam formular intervenções na cadeia de transmissão da doença de forma mais efetiva. O objetivo foi identificar o padrão de distribuição espacial e evolução temporal da hanseníase, levando em consideração aspectos clínicos, demográficos e territoriais, em um município hiperendêmico no estado do Pará, no período de 2003 a 2013. Estudo ecológico, coletivo, observacional e retrospectivo no Município de Igarapé-Açu, no estado do Pará. Os dados foram coletados a partir da detecção de casos novos disponíveis no SINAN e arquivos de serviço de saúde locais, que foram posteriormente georreferenciados para análises de geoestatística. Foram notificados 226 casos, com uma discreta tendência crescente do gênero masculino a partir de 2009, com a idade predominante entre 15 e 60 anos. O coeficiente de detecção geral de casos novos da hanseníase apresentou redução em escala nacional, regional, estadual e até municipal. A análise de tendência, com a estimativa para 2020, demonstrou o município de Igarapé-Açu irá superar a região Norte. Com relação às características clínicas evidenciou-se uma predominância da forma dimorfa. A forma multibacilar apontou uma chance de ocorrer de aproximadamente 2 vezes maior nos homens. A forma clínica inderterminada foi predominante nos menores de 15 anos. Houve predomínio do grau zero de incapacidade, porém o grau II de incapacidade ainda esteve além do preconizado pelo Ministério da Saúde, tendo-se o gênero masculino com uma chance de aproximadamente 3 vezes mais chance de evoluir com o grau II de incapacidade. Houve alta por cura na maioria dos casos, entretanto com uma tendência na sua redução e um aumento nos abandonos e transferência. O mapa de distribuição espacial dos casos apresentou um padrão de distribuição tipo mosaico, com diversos focos, e os multibacilares predominaram por toda a extensão da Vila. A análise de Kernel revelou “áreas quentes”, de maior concentração da doença. A influência dos casos multibacilares na distribuição dos casos nas microáreas mostrou uma correlação espacial positiva de forte intensidade. Concluiu-se que a utilização do geoprocessamento na pesquisa, foi importante para uma melhor compreensão acerca da epidemiologia da hanseníase na região, demonstrando uma constante mudança na distribuição espacial da hanseníase no município, em que foram identificadas áreas de maior concentração de casos, com maior risco de adoecimento, levando em considerações os fatores soóciodemográficos e clínicos, que gerou importantes indicadores epidemiológicos e operacionais para a hanseníase no município.