Representações sociais da tuberculose por pessoas com tuberculose e suas implicações para o seguimento do tratamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: MOURA, Adriana Alaide Alves lattes
Orientador(a): SILVA, Sílvio Éder Dias da lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Departamento: Instituto de Ciências da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/16840
Resumo: Introdução: A Tuberculose permanece sendo, mundialmente, reconhecida como um importante problema que envolve as políticas públicas em saúde, exigindo o desenvolvimento de ações que visem o seu controle, considerando aspectos humanitários, econômicos e de saúde pública. Para todo caso de tuberculose deve-se realizar o tratamento diretamente observado, pois, não é possível predizer os casos que irão aderir ao tratamento, sendo necessário construir um vínculo entre o doente e o profissional de saúde. Isso porque outro aspecto importante que perpassa o entendimento fisiopatológico da doença está relacionado às questões psíquicas e sociais que a tuberculose apresenta, por esta estar associada a estigmas e às representações ancoradas nas relações interpessoais. É nesse contexto que se aplica a Teoria das Representações Sociais, porquanto entende-se que compreender as representações construídas acerca da tuberculose e suas implicações para o seguimento do tratamento seja fundamental para a promoção da saúde e combate a esta enfermidade. Objetivo: Compreender as representações sociais de pessoas com tuberculose sobre a doença e suas implicações para o seguimento do tratamento. Método: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa utilizando como base teórica a Teoria das Representações Sociais. O cenário do estudo foi a unidade municipal de saúde do Guamá, Distrito DAGUA, no município de Belém. Participaram da pesquisa pessoas com diagnóstico de tuberculose positivo e em tratamento diretamente observado na unidade do estudo por um período igual ou superior a um mês, cujo quantitativo foi definido com aplicação da técnica da saturação de dados. A coleta foi realizada por meio de duas técnicas: a associação livre de palavras e a entrevista semiestruturada. Para análise dos dados utilizou-se a análise temática de conteúdo. Resultados: a partir da análise dos dados obtidos, as unidades de registro convergiram para três categorias, a saber: Representações da tuberculose e seus impactos frente ao diagnóstico; as faces do tratamento: desafios frente ao seguimento e esperança; e Construções do conviver com a doença em família e sociedade. Os modos de conviver com a doença no cotidiano do trabalho, das relações familiares e sociais foram marcados por preocupações e práticas relativas aos contatos diretos ou por meio de objetos. O sofrimento está fortemente atrelado à rotina do tratamento que implica em uma radical mudança de estilo de vida, mas também figura como esperança de cura. A família emerge como lugar de acolhimento; porém, ainda, é forte a discriminação social e o preconceito marcando as representações sociais da tuberculose. Considerações Finais: O impacto do diagnóstico, a representatividade e o conviver com a doença podem transformar o cotidiano, o trabalho, as relações familiares e em sociedade. A discriminação e preconceito geram impacto na vida social, e denota a necessidade de se difundir informações qualitativas com vistas a reconfigurar tais representações para que o doente possa ser mais bem acolhido e incluído. A enfermagem como equipe ativa nesse processo de cuidar deve se manter presente e sensível para a compreensão desses vários aspectos, contextos e representações que os cercam, sendo atuante também nas políticas públicas de saúde, nas ações educativas e nas pesquisas científicas que colaborem para a qualidade da assistência e na diminuição do preconceito.