Não é só futebol: uma análise dos laços de afetos que envolvem os torcedores do Clube do Remo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: FREITAS, Aline Meriane do Carmo de lattes
Orientador(a): CASTRO, Fábio Fonseca de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia
Departamento: Instituto de Letras e Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/10505
Resumo: Nesta dissertação proponho uma etnografia da intersubjetividade, isto é, uma análise dos processos socioculturais comunicativos com o objetivo de compreender a sensibilidade e produção de sentidos “sensíveis” que envolvem os torcedores do time de futebol Clube do Remo, a partir de uma dimensão afetiva e coletiva. O amor, a alegria, a dor, a excitação, a raiva e, em alguns momentos, a decepção são alguns dos sentimentos partilhados, afetivamente, pela torcida e fundamentais para a compreensão dos processos de socialidade que os envolvem. Apoiada em uma etnografia densa (GEERTZ, 1989) verifiquei a relação existente entre intersubjetividades e socialidades enquanto prática social do viver coletivamente a emoção. Esta metodologia permitiu maior liberdade entre a pesquisadora e os interlocutores em virtude de possibilitar a vivência, observação e interação. A própria percepção a um olhar, um gesto, um sorriso ajudou na compreensão pretendida e, assim, tudo se tornou relevante durante a pesquisa. A escolha de fazer uma etnografia utilizando como objeto de estudo a torcida do Clube do Remo, com foco na barra brava Camisa 33, ocorreu por motivos singulares. A barra tem como premissa não ter a burocracia das organizadas, possui forte presença na internet e acompanha o Remo em qualquer modalidade que ele estiver participando, inclusive, no esporte amador. Por meio da etnografia foi possível estabelecer uma relação direta com marcadores sociais da diferença e perceber que a torcida é caracterizada por ser classe média, boa parte dos integrantes, são jovens e universitários. Neste sentido, para analisar as relações que o futebol evoca durante os jogos e, para além deles, utilizei a fenomenologia proposta por Alfred Schutz (1967) e que possibilitou a categorização das tipificações engendradas pelos torcedores visando compreender experiências vivenciadas, por eles, em sua quotidianeidade e, portanto, práticas sociais que refletem a dimensão comunicacional do processo intersubjetivo, com foco na dimensão sensível da interação social. Dessa maneira, verifiquei de que modo o afeto, o gosto, o ethos e a empatia são tipificados e se fazem presentes na vida social quotidiana da torcida remista. Para fazê-lo, dialogo com um referencial teórico-metodológico com foco na perspectiva da intersubjetividade no qual utilizo conceitos de Alfred Schutz, Arlei Damo, Gilberto Velho, Michel Maffesoli e Roberto DaMatta.