A viabilidade econômica e técnica da utilização de poços tubulares para o abastecimento de água na região de Belém e Ananindeua

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: KOURY, Felipe de Souza Moitta
Orientador(a): ABREU, Francisco de Assis Matos de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11676
Resumo: Nas próximas décadas, o desenvolvimento econômico e a estabilidade política das nações estarão ligados à disponibilidade de água doce em seus territórios. A água será um produto tão importante quanto o petróleo ou a tecnologia e a sua escassez ou abundancia poderá provocar o desencadeamento de conflitos em escala imprevisíveis. Este problema tem como passo inicial para seu equacionamento, o conhecimento completo do ciclo hidrológico, que permitirá uma avaliação tecnicamente segura e correta da disponibilidade dos recursos hídricos de uma região. E uma parte importante é entender o que acontece com as águas subterrâneas, que é sem duvida a parte mais desconhecida do referido ciclo. E também conhecer a disponibilidade dos sistemas aqüíferos e a qualidade de suas águas é primordial para o estabelecimento de uma política de gestão das águas subterrâneas. O aproveitamento pleno dos recursos hídricos subterrâneos depende de observações, análises e conclusões hidrogeológicas que permitam a captação da água nos locais mais adequados em termos de profundidade, vazão e qualidade da água. Desta forma, as etapas do trabalho desenvolvido foram as seguintes: características do quadro hidroclimático e meteorológico, avaliação das unidades geológicas, cadastro de poços tubulares profundos, análise química das águas dos aqüíferos da região, avaliação do grau de vulnerabilidade das águas subterrâneas, calculo das reservas hídricas e comparação econômica entra água subterrânea e água superficial para escolha do manancial a ser captado para o sistema de abastecimento público. A população de Belém estimada para o ano de 2006 é de 1.444.618 habitantes, distribuídos numa área de 210 Km² e para Ananindeua 488.106 habitantes, numa área de 184 Km². O clima da região é equatorial úmido, do tipo Af, e o balanço hídrico indica que no período de janeiro a setembro há excesso de água no solo, o que resulta em escoamento superficial e infiltração dessa água no solo, e que nos meses de outubro e novembro há deficiência de água no solo. As águas do aqüífero livre são acidas, apresentando pH entre 3,4 e 5,7, baixa condutividade elétrica. São classificadas como cloretada sódica ou bicarbonatada sódica. As águas do aqüífero Pirabas se apresentam de excelente qualidade e são classificadas como bicarbonatadas cálcicas, alcalinas e apresentam valores elevados de condutividade elétrica, dureza e alcalinidade de bicarbonato. O aqüífero Pirabas se configura como a melhor opção para exploração de água subterrânea, tendo poços entre 250 e 350 metros de profundidade, que disponibilizam vazões de 250 a 380 m³/h, sendo por essas características o mais indicado para abastecimento público. O grau de vulnerabilidade do aqüífero Pirabas é considerado baixo e negligenciável, devido à espessura da zona não saturada e das características litológicas e estruturais, sendo mais protegido da infiltração de contaminantes e portanto menos vulnerável à poluição. A região de Belém e Ananindeua possui reserva total de água subterrânea de 10,71 bilhões de metros cúbicos por ano, e uma reserva explotavel de 134,7 milhões de metros cúbicos por ano, que representa toda a reserva reguladora mais 30% da reserva permanente no período de 50 anos. A disponibilidade hídrica subterrânea per capita é de 190 litros/dia. Como o acréscimo da demanda até o ano de 2025 é de 57,03 milhões de metros cúbicos de água por ano, será necessário para atender esse acréscimo a construção de 65 poços profundos com vazão media de 250 m³/h, operando num regime de bombeamento de 16 horas por dia ou então 52 poços se o regime de bombeamento for de 20 horas por dia. Sendo também que o investimento necessário para a construção desses poços será feito parceladamente ao longo deste período de 20 anos. Visto que o preço do metro cúbico de água subterrânea é 32,46% mais barata que a água superficial, então essa opção se configura como a mais indicada para atender o abastecimento público. Considerando-se as hipóteses levantadas, pode-se concluir que a utilização de água subterrânea proveniente do aqüífero Pirabas é a melhor opção para ampliação do sistema de abastecimento de água para a região de Belém e Ananindeua. Uma vez que a decisão tomada pela COSANPA foi a de ampliação do sistema de abastecimento de água de Belém e Ananindeua a partir de águas superficiais essa opção só será aplicável após 2025, onde pelas estimativas de crescimento populacional o sistema necessitará novamente de ampliação.