Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2002 |
Autor(a) principal: |
OLIVEIRA, Junny Kyley Mastop de
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Orientador(a): |
PINHEIRO, Roberto Vizeu Lima
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11740
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Resumo: |
O Cinturão Itacaiúnas está localizado na borda leste do Craton Amazônico, sendo dividido em dois domínios tectônicos maiores: (1) os sistemas tectônicos Carajás e Cinzento que expõem rochas vulcano-sedimentares arqueanas e proterozóicas; e (2) diversos conjuntos de leques de cavalgamentos dúcteis imbricados cobrindo uma ampla área do embasamento regional. O Sistema Transcorrente Carajás (STCa) é formado por conjuntos de lineamentos anastomóticos orientados na direção E-W, onde ocorrem rochas vulcânicas ácidas e básicas juntamente com formações ferríferas, quartzitos (Grupo Grão Pará), arenitos e argilitos (Formação Águas Claras) e conglomerados (Formação Gorotire), alojadas em estruturas do tipo dilational jogs. Essas rochas encontram-se recobrindo as rochas graníticas e gnáissicas do embasamento arqueano. Granitos proterozóicos cortam muitas dessas rochas, formando plútons. O STCa é afetado pela Falha Carajás que representa a mais importante feição tectônica particular associada à evolução arqueana da região. O embasamento regional, exposto a sul do STCa, foi afetado por um evento transpressivo dúctil sinistral capaz de desenvolver uma foliação pervasiva em suas rochas. Um evento deformacional tardio, de caráter dúctil-rúptil (milonítico) foi superposto à essa deformação dúctil, desenvolvendo uma nova trama relacionada com processos de alterações hidrotermais que tomaram lugar na região em diferentes pulsos. O principal objetivo desta pesquisa está relacionado à trama planar e linear desenvolvida sobre a trama dúctil milonítica anteriormente formada sobre as rochas do embasamento regional. A ocorrência, idade e papel dessa trama tardia na evolução da regido ndo são bem conhecidos até o momento. Estudos prévios têm mostrado a relação íntima entre essa feição tectônica e a presença de importantes depósitos minerais na área (Au e Cu). A área estudada está localizada na borda SE do STCa, nos domínios do embasamento, e está geograficamente limitada pelas coordenadas 6º 19' 56"S; 6º 35'08'S e 49º 4913'W; 50º 16'36'W. Essa área foi mapeada em escala 1: 50.000 a partir de trabalhos de campo e sensoriamento remoto, dirigidos para a análise geométrica e cinemática das estruturas tectônicas presentes. Estudos de detalhes, na escala 1:100, de áreas selecionadas, foram também realizados. O mapeamento geológico revelou a presença de rochas do Complexo Pium (granulitos; 3.0Ga); Complexo Xingu (gnaisses, granitóides, anfibolitos e migmatitos; 2.8Ga); Suíte Plaque (biotita-granitos; 2.7Ga); Grupo Grão Pará (basaltos, anfibolitos, quartzitos e formações ferríferas; 2.7Ga); e granitos proterozóicos (2.0-1.8Ga). O Complexo Pium, o Complexo Xingu e as rochas da Suite Plaque estão marcadas pela presença de uma importante foliação milonítica orientada nos trends E-W, WNW- ESE e N-S sempre com mergulhos altos (>70º). A foliação com direção E-W é a mais importante. Essa trama está representada por uma foliação espaçada, disjuntiva, anastomótica, algumas vezes fina, intimamente relacionada com feições miloníticas. Essa foliação se formou sob transpressão dúctil particionada, em cinemática sinistral (mais importante) e destral. Uma segunda trama deformacional planar e linear, não penetrativa, é observada superpondo-se a trama milonítica anteriormente formada. Essa feição está presente tanto nas rochas do embasamento quanto nas rochas supracrustais (Grupo Grão Pará), enquanto que a trama milonítica se restringe às rochas cristalinas. A foliação secundária é do tipo clivagem cataclástica que se desenvolve em diferentes estágios, em associação com brechas ao longo de zonas de falhas até uma clivagem disjuntiva espaçada (desde clivagem de fratura até uma clivagem ardosiana) ao longo de bandas de deformação. Essa foliação pode ser reconhecida por trazer associada uma lineação estrutural do tipo construida (slickenlines e slickensides). A orientação geral deste conjunto de foliações está em torno de NW-SE (mais frequente) e NE-SW. Essa trama está associada com um evento transpressivo sinistral-destral capaz de reativar parte da trama milonítica anteriormente formada. Essa trama é suposta ter sido formada por fluxo cataclástico durante altas pressões de fluidos ao longo de condutos hidrotermais relacionados a reativações da Falha Carajás desde sua formação em torno de 2.7Ga. |