Movimentos sazonais de vertebrados terrestres entre florestas periodicamente alagadas e de terra firme

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: COSTA, Hugo Cardoso de Moura lattes
Orientador(a): PERES, Carlos Augusto da Silva lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
eng
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Museu Paraense Emílio Goeldi
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Zoologia
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/10194
Resumo: O pulso de inundação é o principal fator para a estruturação e diferenciação das comunidades ecológicas de florestas de terra firme e de várzea na Amazônia, uma vez que são requeridas adaptações exclusivas para sobreviver às prolongadas enchentes anuais. Desta forma, as várzeas e a terra firme constituem um mosaico espaço-temporal da disponibilidade de recursos, o qual provavelmente resulta em um movimento lateral e sazonal na fauna terrestre entre esses dois ambientes adjacentes. Apesar das importantes implicações desta dinâmica sazonal para a ecologia e conservação da biodiversidade este fenômeno ainda é pouco conhecido. Nós testamos a hipótese de movimentação sazonal entre dois tipos florestais adjacente em duas reservas de uso sustentável na Amazônia ocidental, investigando os efeitos do nível da água bem como características da paisagem e de distúrbio antropogênico sobre a riqueza, composição e abundancia de nove guildas tróficas de vertebrados terrestres. A riqueza de espécies se diferenciou entre as fases seca e cheia do pulso de inundação, florestas de terra firme apresentaram maior riqueza do que as florestas de várzea. Encontramos uma clara diferença na composição de espécies tanto entre as duas fases do pulso de inundação quanto entre os dois tipos florestais. Os modelos lineares generalizados mostram que o nível da água é a principal variável para explicar a variação na abundancia de todas espécies e de três guildas tróficas em particular. As caraterísticas da paisagem e variáveis de distúrbio antopogenico, incluindo distância para o centro urbano mais próximo, elevação e área de várzea no entorno de cada armadilha fotográfica apresentaram uma variedade de efeitos sobre a assembleia de vertebrados terrestres. A biomassa total apresentou uma relação positiva com a distância do centro urbano mais próximo. Nossos resultados indicam que a persistência de populações viáveis de grandes vertebrados terrestres em regiões adjacentes aos grandes rios Amazônicos, requer grandes paisagens bem conectadas e que englobem diferentes formações florestais para assegurar os movimentos laterais d fauna terrestre.