O não-lugar do outro: sistemas migratórios e transformações sociais em Barcarena

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: HAZEU, Marcel Theodoor
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido
Departamento: Núcleo de Altos Estudos Amazônicos
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/7771
Resumo: Esta pesquisa buscou analisar a possibilidade de estudar transformações sociais em relação a sistemas migratórios no contexto da instalação e da operacionalização de um complexo industrial-portuário-urbanístico no município de Barcarena, na Amazônia. Esta abordagem foi primeiramente aplicada numa releitura da história social da formação de Barcarena, em que se chegou a identificar vários sistemas migratórios que contribuem para novas interpretações sobre as transformações sociais históricas no município. A partir das experiências e relatos dos moradores (recolhidas através de entrevistas semiestruturadas e observação participativa) em torno do complexo, documentos oficiais e dados estatísticos inéditos, foram identificados quatro sistemas migratórios, definidos como “metropolização”, “circulação de mercadorias”, “mobilidade do trabalho” e “deslocamentos forçados e des-re-apropriações”. A análise destes sistemas evidencia estratégias atrás das transformações sociais em curso, caracterizado pela periferização do entorno dos portos e indústrias, ampliação da infraestrutura e dinâmica de logística para transformação primária de minérios, e exportação de uma crescente variedade de produtos. São estratégias governamentais e empresariais, como a retirada de investimentos nas comunidades, a manutenção de ameaças permanentes de desapropriações e a sub-não-contratação da população local nas indústrias e portos. As resistências se limitam à disputa por (titulação de) terras consideradas de interesse secundário para as empresas. Barcarena se tornou um município globalizado, quase sem ingerência local. A necessária inversão desta lógica parece distante neste momento.