Práticas comunicativas em ambientes periformais de aprendizagem: um estudo com jovens em Cametá

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: MIRANDA, Marcilene do Carmo de Oliveira lattes
Orientador(a): MALCHER, Maria Ataide lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia
Departamento: Instituto de Letras e Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8933
Resumo: O foco central desta pesquisa nos orientou a observar e analisar as práticas comunicativas tecidas em duas escolas públicas de ensino médio na cidade de Cametá: a Escola Estadual de Ensino Médio Júlia Passarinho e o Centro Integrado de Educação Profissional de Cametá/Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Secretaria Estadual de Educação (CIEP/SENAI-SEDUC). Ao longo desse movimento, sentimos a necessidade de eleger uma nova ambiência para observação, os ambientes periformais de aprendizagem, por entendermos que, nos espaços escolares formais, as práticas de comunicação ainda estão pautadas em uma visão transmissiva do ensino-aprendizagem. Esses lugares periformais compreendem os espaços de circulação e de parada dos alunos, como: cantinas, corredores, pátios, halls de entrada, quadras, arquibancadas, jardins, enfim, espaços nos quais se concretizam as heterogêneas relações dos grupos discentes. Para analisar as práticas comunicativas, percorremos as pistas metodológicas da abordagem interacionista, na tentativa de perceber os principais movimentos dos estudantes, atravessados pelas reflexões de importantes autores da Comunicação, bem como de outras áreas. As atividades empíricas, exploratórias e de contato direto no campo foram responsáveis pela organização da amostra da pesquisa e das estratégias metodológicas mais pertinentes. Assim, a partir de observações e rodas de conversa com os estudantes (que aconteceram nos momentos de intervalos e folgas dos jovens), reunimos um eixo de significações agrupado em algumas categorias específicas de análise: “a interação face a face” foi articuladora central em todo o processo; os “laços”, as “panelinhas” e o “isolamento” constituíram as formas de relações e ajuntamentos percebidos; o “entretenimento”, a “fuga da rotina”, o “preconceito” e as “máscaras” foram operadores que fundamentaram outras discussões no universo investigado. Nesse movimento, compreendemos que o processo educativo é essencialmente comunicativo, no qual se tensionam elementos importantes, como: o outro, a reciprocidade, o engajamento, a mútua afetação, a constituição dos sujeitos em comunicação etc. Dessa forma, visualizamos a escola como um espaço cênico onde interagem atores que, em determinados cenários, representam diferentes papéis. A dinâmica das práticas comunicativas observadas durante a pesquisa revelou características de um processo que se estrutura e se movimenta na centralidade do face a face, no qual visualizamos uma sutil incidência de dispositivos tecnológicos presentes em algumas situações de comunicação. Os ambientes periformais de aprendizagem mostraram-se espaços, por excelência, da comunicação, pois neles foi possível observarmos sujeitos que se constituem mutuamente.