Reconhecimento dos elementos deposicionais da lagoa do Violão na Serra Sul de Carajás: um estudo a partir de registros sismoestratigráficos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: ARAÚJO, Lidiane Cristina Lima de lattes
Orientador(a): SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11923
Resumo: A sismoestratigrafia é uma das principais ferramentas utilizadas para a caracterização de sequências e fácies sísmicas, cuja interpretação é baseada nos conceitos de estratigrafia de sequências. O presente estudo objetiva o reconhecimento e mapeamento dos elementos sismodeposicionais da Lagoa do Violão – Serra Sul de Carajás – visando compreender o seu preenchimento sedimentar, diante da importância de ambientes lacustres sob os aspectos paleoambientais, principalmente em regiões tropicais. A Lagoa do Violão está inserida no platô S11D, desenvolvida sobre crostas lateríticas ferruginosas a uma altitude ~720 m acima do nível do mar. É uma bacia hidrográfica de 1.836 km 2, alongada na orientação NW-SE, morfologicamente, semelhante a um violão. As etapas da pesquisa incluíram aquisição, tratamento e interpretação dos dados sísmicos rasos. Para a aquisição foi utilizado o sistema Bathy 2010PC™ da marca SyQwest de frequências 12 kHz e 3,5 kHz operando simultaneamente com o auxílio de DGPS. Foram coletados 22 perfis entre os dias 08/09 e 12/09/2014, tratados nos softwares sísmicos Reflex Win e Kingdom® Suite. Os perfis de 12 kHz garantiram maior qualidade de informações em relação aos de 3,5 kHz, sendo escolhidos os seis mais representativos quanto aos elementos sismo-deposicionais e padrões de ecocaráter. Foram reconhecidas três unidades sismoestratigráficas (USI, USII, USIII), classificadas em ordem cronológica da base para o topo. As US’s repousam sobre o embasamento rochoso/acústico que afloram nas extremidades da lagoa, estendendo-se até 25 m em subsuperfície. Sua morfologia pode ser comparada a uma bacia de lavar roupa (“washing basin”) de margens íngremes e fundo relativamente plano. Seus refletores internos, por vezes descontínuos, compõem-se de baixa a média amplitude do sinal, ao contrário das suas superfícies limítrofes. A USI é caracterizada por uma sucessão progradacional, depositada a partir de fluxos gravitacionais que formam frentes deltaicas em condições de lagoa alta. A USII e USIII representam fácies plano-paralelas, concordantes entre si com refletores relativamente suaves. O reconhecimento de 7 ecofácies permitiu a relação entre as assinaturas acústicas presentes e dados de distribuição de sedimentos superficiais de fundo realizados em trabalhos anteriores, o qual possibilitou uma visão geral da deposição superficial da Lagoa do Violão, sendo os ecos de maior reflexão relacionados, predominantemente, a sedimentos lamosos com presença de turfas e, em alguns momentos, à lama orgânica ou oxidada, que favorecem a ocorrência de gases nos interstícios sedimentares oriundos da decomposição de matéria orgânica. Em contrapartida, reflexões de médio a baixo contraste de impedância se remetem a areia muito fina com teor de lama considerável e boa propagação. O reconhecimento e interpretação dos padrões sismoestratigráficos identificou diferentes processos de preenchimento sedimentar da Lagoa do Violão. A USI é caracterizada por uma sucessão progradacional dos estratos e, a medida que se aproxima do depocentro, os estratos das USII e USIII, se dispõem mais uniformes, em forma de drapes, sobre uma superfície parcialmente irregular sob condições de baixa energia influenciada por fluxos superficial e intermediário, cuja deposição se dá por suspensão.