Caracterização hidrogeoquímica do estuário do rio Curuçá (município de Curuçá – NE do Pará).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: PEREIRA, Carla Tatiani do Carmo lattes
Orientador(a): RAMOS, José Francisco da Fonseca lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11717
Resumo: O município de Curuçá está inserido na mesorregião do Nordeste Paraense e na microrregião do Salgado, com uma área de 676,3279 km2 apresenta uma população de aproximadamente 25.163 habitantes que vivem basicamente da agricultura e da pesca. Fisiograficamente, constitui-se predominantemente por florestas secundárias e florestas de mangue, com latossolo amarelo de textura média, concrecionário laterítico e solos indiscriminados de mangue. Sua geologia apresenta-se em grande parte pelos sedimentos da Formação Barreiras de idade Terciária e pelos sedimentos inconsolidados do Quaternário; o relevo regional é formado por duas unidades: Planalto Rebaixado da Amazônia e Litoral de Rias. O presente trabalho foi desenvolvido no âmbito do Projeto RECOS – Instituto do Milênio, objetivando a caracterização hidrogeoquímica do estuário do rio Curuçá (Município de Curuçá – NE do Pará) e consequentemente verificar as possíveis alterações relacionadas com a proximidade das localidades de Curuçá e Abade. Foram realizadas oito campanhas, com variações temporais e estacionais investigadas através de amostragens bimensais. As coletas foram feitas em dois perfis distintos, sendo que, cada um destes eram constituídos de quatro (4) pontos de amostragem, totalizando assim oito pontos distribuídos ao longo do estuário, sendo quatro em locais vulneráveis à poluição antrópica e quatro para controle. Os parâmetros analisados para diagnosticar os processos naturais ou possíveis alterações da qualidade da água foram: condutividade elétrica, salinidade, temperatura, transparência, pH, oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), material particulado em suspensão (MPS) e nutrientes inorgânicos (amônio, nitrito, nitrato, fosfato e silicato). Os resultados analíticos das águas do estuário de Curuçá, exibiram uma considerável influência sazonal em alguns parâmetros analisados. A temperatura, nos períodos mais secos é aproximadamente 10°C mais elevada do que nos chuvosos; O pH ao longo de todas as campanhas apresentou-se alcalino variando em torno de 7,50 a 7,90, exceto nos meses de abril/2003, julho/2003 e março/2004, que em alguns pontos de amostragem principalmente P1 verificou-se valores ácidos, porém sendo estes não significativos. Observa-se que é significativa a variação sazonal da salinidade ao longo dos meses, pois, à medida que o período se torna mais seco a salinidade aumenta, onde o seu maior registro foi obtido em novembro/2003 (40,80 ‰), o mesmo ocorre com a condutividade elétrica. Logo, a influência dos processos de precipitação pluviométrica e evaporação nessas águas é maior na estação seca, onde temos maior entrada de águas provindas do oceano para o interior do estuário. A concentração do oxigênio dissolvido variou de 3,37 a 8,42 mg/L, com uma taxa de saturação correspondente de 70,50 a 83,00 %, tendo uma certa variação longitudinal e vertical, atribuída principalmente a processos biológicos locais de consumo ou produção fotossintética de oxigênio. A DBO apresentou uma variação muito acentuada, possivelmente devido ao maior ou menor incremento de matéria orgânica ao longo do tempo, sua variação se deu de 0,53 a 3,18 mg/L. A relação da transparência com a quantidade de partículas em suspensão mostra que essas águas estuárinas mostram-se pouco turvas com valor máximo do MPS (material particulado em suspensão) sendo de 98,60 mg/L em janeiro de 2004. Os macronutrientes (amônio, nitrito, nitrato, fosfato e silicato) analisados apresentaram valores dentro da padronização estabelecida, sendo que o ponto P1 que teria maior influência da ação antropogênica devido sua proximidade da área urbana de Curuçá, foi o que apresentou as mais elevadas concentrações desses nutrientes inorgânicos.