Alterações de expressão gênica na linhagem de glioblastoma humano U87 após exposição ao MeHg e HgCl2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: GOMES, Bruna Puty Silva lattes
Orientador(a): LIMA, Rafael Rodrigues lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8056
Resumo: As formas orgânicas e inorgânicas de mercúrio vem sendo apontadas como importantes contaminantes em várias regiões do mundo devido suas características toxicológicas. Diversos estudos já relataram que a intoxicação por metilmercúrio (MeHg) e cloreto de mercúrio (HgCl2) podem ocasionar danos ao SNC. Acredita-se que as células da glia são reconhecidamente importantes para os mecanismos de proteção celular frente aos danos ocasionados pelo mercúrio. No entanto, pouco se sabe a respeito da influência deste metal no genoma dessas células. Desta forma, neste trabalho nós realizamos um mapeamento completo da rede gênica de células da glia humana, da linhagem U87 após exposição mercurial, com o intuito de identificar as possíveis alterações genéticas ocasionadas pelas formas orgânicas e inorgânicas do mercúrio. Nossos resultados demonstraram que as células U87 são mais sensíveis a exposição ao MeHg quando comparado com a exposição ao HgCl2. Após análise de curvas de concentração, foi identificado uma LC50 de 28.8μM e 10,68μM após 4h e 24h de exposição a MeHg e uma LC50 de 92.25μM e 62.75μM após o mesmo tempo de exposição a HgCl2. Em relação ao conteúdo gênico, nossos resultados demonstraram que ambos os metais ocasionaram alteração na dosagem gênica, sendo a exposição ao MeHg altamente influenciada pela concentração e tempo de exposição, enquanto a exposição a HgCl2 parece ser fortemente influenciada pelo tempo de exposição. No total, foram identificados 205 genes com diminuição na dosagem gênica e 188 genes com expressão aumentada (Fold change > 5) após 4h de exposição a 5μM de MeHg e 204 genes down-regulados e 180 up-regulados após exposição na mesma concentração de HgCl2. As análises após 24h de exposição identificaram alteração em 90 genes down-regulados e 3 genes up-regulados após exposição a 1μM de MeHg, 116 genes down-regulados e 66 genes up-regulados após exposição a 10μM de MeHg. Já em relação ao HgCl2, foram identificados 98 genes down-regulados e 73 genes up-regulados nos grupos expostos a 5μM de HgCl2, 326 genes down-regulados e 66 genes up-regulados nos grupos expostos a 62,75μM de HgCl2. Nossos dados sugerem que ambas as formas mercuriais são capazes de alterar o perfil gênico das células da linhagem U87, interferindo assim em importantes vias de sinalização capazes de ocasionar alterações bioquímicas e fenotípicas nas células gliais.