Etnoconservação e apropriação social dos buritizais no entorno do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: MONTELES, Ricardo André Rocha lattes
Orientador(a): MOTA, Dalva Maria da lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas
Departamento: Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/13050
Resumo: Baseado em entrevistas abertas e observação participante, este estudo trata de investigar a apropriação social dos buritizais, caracterizando as formas de acesso, de uso, as regras de apropriação e os regimes de propriedade junto à população do Cantinho, discutindo as práticas de manejo e etnoconservação locais. Examina as formas de obtenção, o modo como os buritizais se relacionam à vida social e como reflete as formas de organização e adaptação ao meio natural. O acesso aos buritizais obedece a regras específicas de apropriação comum, regime no qual o recurso é apropriado pelo grupo de usuários, que regulam o uso do recurso, através de contratos próprios fundados no respeito mútuo e nas interações recíprocas entre os membros da coletividade. Entretanto, o processo de privatização das áreas de coleta, associado ao incremento da atividade turística, vem forjando a desestruturação do modo como o grupo acessa e se apropria do recurso, já havendo, neste sentido, uma relativa preocupação local sobre os processos de transação comercial das terras e águas a pessoas de fora. O comportamento de deixar o buriti descansar, a principal forma de manejo examinada, aponta no sentido da conservação dos estoques de palmeiras disponíveis para tirada do olho e fabricação do artesanato, configurando, portanto, uma forma eficaz de etnoconservação do recurso. A intensificação da dinâmica de apropriação privada dos buritizais torna evidente a re-definição dos processos sócio-ecológicos, materializada na depleção da biodiversidade e na erosão genética, à medida que as áreas de coleta se transformam em áreas homogêneas, em termos de composição e diversidade florística e de fluxos de transformação de matéria e energia. Com base na estrutura e dinâmica de funcionamento dos buritizais, as áreas de coleta são classificadas em três estados de conservação, quais sejam: áreas conservadas, áreas em processo de desestruturação ecológica, e finalmente, áreas ecologicamente desestruturadas.