Etnoconservação e apropriação social dos buritizais no entorno do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas
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Departamento: |
Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/13050 |
Resumo: | Baseado em entrevistas abertas e observação participante, este estudo trata de investigar a apropriação social dos buritizais, caracterizando as formas de acesso, de uso, as regras de apropriação e os regimes de propriedade junto à população do Cantinho, discutindo as práticas de manejo e etnoconservação locais. Examina as formas de obtenção, o modo como os buritizais se relacionam à vida social e como reflete as formas de organização e adaptação ao meio natural. O acesso aos buritizais obedece a regras específicas de apropriação comum, regime no qual o recurso é apropriado pelo grupo de usuários, que regulam o uso do recurso, através de contratos próprios fundados no respeito mútuo e nas interações recíprocas entre os membros da coletividade. Entretanto, o processo de privatização das áreas de coleta, associado ao incremento da atividade turística, vem forjando a desestruturação do modo como o grupo acessa e se apropria do recurso, já havendo, neste sentido, uma relativa preocupação local sobre os processos de transação comercial das terras e águas a pessoas de fora. O comportamento de deixar o buriti descansar, a principal forma de manejo examinada, aponta no sentido da conservação dos estoques de palmeiras disponíveis para tirada do olho e fabricação do artesanato, configurando, portanto, uma forma eficaz de etnoconservação do recurso. A intensificação da dinâmica de apropriação privada dos buritizais torna evidente a re-definição dos processos sócio-ecológicos, materializada na depleção da biodiversidade e na erosão genética, à medida que as áreas de coleta se transformam em áreas homogêneas, em termos de composição e diversidade florística e de fluxos de transformação de matéria e energia. Com base na estrutura e dinâmica de funcionamento dos buritizais, as áreas de coleta são classificadas em três estados de conservação, quais sejam: áreas conservadas, áreas em processo de desestruturação ecológica, e finalmente, áreas ecologicamente desestruturadas. |