Indicadores epidemiológicos das infecções relacionadas à assistência à saúde dos hospitais de Belém-Pa sob a ótica da vigilância sanitária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: MIRANDA, Valdirene Barroso lattes
Orientador(a): VIEIRA, Antonia Benedita Rodrigues lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Departamento: Instituto de Ciências da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/15652
Resumo: O termo Infecção Hospitalar (IH) vem sendo substituído por Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS) por alcançar outros serviços de saúde, além dos hospitais, nos quais o paciente está sujeito a adquirir infecções. As IRAS ocorrem mais nas unidades de terapia intensiva (UTI). As falhas nos processos de esterilização de materiais, a ausência de padronização dos antimicrobianos e as falhas na técnica de higienização das mãos são alguns fatores que contribuem para a aquisição de infecções, resultando no aumento da morbimortalidade, no aumento do tempo de internação e na elevação dos custos assistenciais. No que diz respeito à legislação, a Lei Federal nº 9.431/1997 tornou obrigatória a criação das comissões de controle de infecção hospitalar (CCIH) e a manutenção dos programas de prevenção e controle de infecções hospitalares (PCIH), como medidas para prevenir e controlar as IRAS. É competência da Vigilância Sanitária (VISA) a fiscalização das CCIH dos hospitais, o que permite reunir informações epidemiológicas das IRAS de cada hospital, gerando as taxas de infecções e relatórios sobre os microrganismos que mais circulam nas unidades hospitalares. O objetivo proposto foi descrever o perfil epidemiológico das IH/IRAS dos hospitais de Belém-PA sob a ótica da VISA, no período de 2011 a 2014. Trata-se de um estudo ecológico com dados secundários, coletados do banco de dados da Vigilância Sanitária de Belém, referentes às IH/IRAS notificadas por 32 hospitais. Os resultados demonstraram que 68,7% dos hospitais são privados e 31,3% são públicos; que 71,9% dos hospitais têm UTI, sendo que 60,87% pertencem à rede privada. Quanto a CCIH, 56,2% dos hospitais têm CCIH atuante e 43,8% não apresentam CCIH atuante. A taxa de IH/IRAS manteve-se em torno de 3,3%. A taxa de pacientes com IH/IRAS alcançou 2,8% em 2012. Os óbitos por IH/IRAS tiveram sua maior alta, 14,3%, em 2011. Dos principais sítios de infecção, o trato respiratório foi o de maior incidência, alcançando 24,1% em 2014. Seguido das infecções do trato urinário (14,7% a 18,8%), infecções da corrente sanguínea (13,6% a 17,9%) e infecções de sítio cirúrgico (0,9% e 1,1%). Os patógenos mais frequentes nas IH/IRAS foram Pseudomonas aeruginosa (96%), Klebsiella pneumoniae (92%); Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis (80%) e Acinetobacter baumanni (72%). Conclui-se que a maioria dos hospitais de Belém concentra-se na rede privada, assim como a maioria dos leitos. Há CCIH em todos os 32 hospitais, mas em 43,8% deles não há CCIH atuante por não haver membros executores exclusivos, o que compromete o desempenho das funções da CCIH. Algumas taxas, como as ISC encontram-se muito inferiores as demonstradas em outros estudos. O enfermeiro é o profissional mais requisitado para atuar na CCIH, assim como na fiscalização sanitária desse serviço, pois ambos têm objetivos comuns: prevenir e controlar os casos de IH/IRAS.