Grãos na floresta: estratégia expansionista do agronegócio na Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: COSTA, Solange Maria Gayoso da lattes
Orientador(a): ACEVEDO MARIN, Rosa Elizabeth lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido
Departamento: Núcleo de Altos Estudos Amazônicos
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11157
Resumo: A presente tese objetiva analisar as estruturas sociais do campo de produção de soja na Amazônia Legal, bem como as diversas estratégias utilizadas pelos principais agentes sociais. A constatação primeira deste trabalho é a de que o crescimento dos plantios de soja na Amazônia não configura mera expansão agrícola, mas fruto de uma planejada estratégia expansionista do agronegócio de grãos assentada em quatro elementos estruturais: a migração especializada, o mercado de terras, a infraestrutura logística de transporte e escoamento da produção e a influência do fator ambiental na organização da atividade produtiva. Para demonstrar tal estratégia, toma-se como referência teórico-metodológica a teoria de campo de Bourdieu e como empiria o campo de produção da soja na mesorregião do Baixo Amazonas, com a identificação da dinâmica social de cada um desses elementos e suas respectivas relações, assim como o posicionamento dos agentes sociais nesse campo econômico. Demonstra-se também que, no campo de produção da soja, os principais agentes envolvidos organizados em redes associativas de posições hierárquicas internas em determinadas conjunturas e momentos detêm interesses comuns. Assim, identifica-se a existência de duas grandes redes integradas pelos agentes sociais do agronegócio (a dos produtores e a da agroindústria)e uma terceira formada pelos agentes sociais que sofrem os efeitos do campo (agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais). Na terceira rede, os agentes têm em comum a “frágil” condição de impor seu modo de vida e manter seu território diante da agressiva estratégia expansionista do agronegócio, capitaneada por seus agentes e pelo próprio Estado. O estudo evidencia, ainda, que o campo de produção da soja é um território de luta entre formas antagônicas de apropriação e uso dos recursos naturais da Amazônia.