Apuração, desinformação e whatsapp na rotina jornalística: os atravessamentos da pandemia de Covid-19 nas redações de TV de Belém (PA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: SILVA, George Luiz Miranda da lattes
Orientador(a): CUNHA, Elaide Martins da lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia
Departamento: Instituto de Letras e Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/16159
Resumo: Assim como outras atividades, o Jornalismo também precisou se adaptar ao chamado “novo normal” com a chegada da pandemia de Covid-19. O WhatsApp - que já era bastante utilizado pelas emissoras de TV de Belém (PA) - se tornou ainda mais estratégico para a produção de telejornais após o início da crise sanitária. Os produtores e produtoras passaram a acumular funções e a utilizar ainda mais o aplicativo no tráfego de conteúdo e no contato com o público, personagens, especialistas e fontes oficiais. Diante disso, a proposta desta pesquisa foi investigar quais procedimentos foram adotados por esses profissionais para filtrar e apurar as informações que chegam às redações, por meio do aplicativo, após março de 2020, mês em que o Pará registrou o primeiro caso de Covid-19 e as medidas restritivas começaram a ser implementadas no Estado. O trabalho também se propõe a indicar o perfil dos profissionais que integram o quadro de produção jornalística das emissoras de TV da capital paraense, incluindo gênero, faixa etária e tempo de profissão, além de mapear a percepção destes profissionais sobre o combate à desinformação, os desafios do cargo e a defesa do Jornalismo em tempos de tantos ataques sociais e institucionais à imprensa. A pesquisa é amparada nos conceitos de Desordem da Informação (WARDLE e DERAKHSHAN, 2017), Cultura Participativa (JENKINS, 2009), Interatividade (LEMOS, 1997), entre outros. Para alcançar os objetivos deste estudo, adotou-se metodologia de abordagem qualitativa e utilizou-se as técnicas de aplicação de questionário online, que contemplou 28 profissionais de seis emissoras de Belém, além de entrevistas semiestruturadas e observação participante. Os resultados da pesquisa apontam que 100% dos entrevistados utilizam o WhatsApp na rotina de trabalho e a maioria se sente responsável pelo combate à desinformação, embora alguns tenham ficado em dúvida se já colocaram um conteúdo no ar sem a devida apuração. Os procedimentos de checagem mais comuns entre os produtores são: pedir mais informações ao denunciante, pesquisar o assunto na internet e pedir posicionamento a fontes oficiais. Quanto ao perfil dos profissionais, o estudo evidencia que o quadro de produção das emissoras é formado, majoritariamente, por profissionais jovens e com pouco tempo de carreira. A pesquisa também aponta que os profissionais enfrentam conflitos na realização de seus trabalhos, principalmente pelo acúmulo de funções e precarização da profissão.