Sistema reprodutor feminino de três espécies do gênero Saimiri Voigt, 1831 (Primates: Cebidae): observações macroscópicas e histológicas
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Universidade Federal Rural da Amazônia |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal
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Departamento: |
Campus Universitário de Castanhal
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/9276 |
Resumo: | Os primatas platirrinos apresentam variação em seus aspectos reprodutivos, suas estratégias, comportamentos, fisiologia e morfoanatomia. Algumas dessas variações podem ser consequências da coevolução dos elementos constituintes da genitália de ambos os sexos, por meio da seleção sexual. Diferenças morfológicas podem representar alto grau de especialização dos órgãos genitais intraespecíficos, o que acarreta em um mecanismo do tipo “chave-fechadura”, que pode constituir um dos mecanismos de isolamento copulatório e reprodutivo, com implicações nos processos de especiação. Nas fêmeas, barreiras anatômicas e fisiológicas dentro da vagina, cérvice, útero, junção útero-tubárica e tubas uterinas podem ser obstáculos aos gametas masculinos em direção à fecundação e, podem influenciar o resultado de uma potencial competição espermática. Em primatas neotropicais, algumas descrições morfológicas apontaram diversas semelhanças e diferenças entre os componentes do sistema reprodutor feminino. Em primatas do gênero Saimiri foram realizadas descrições anatômicas para Saimiri sciureus, Saimiri oerstedii e Saimiri collinsi. Recentemente, formas anteriormente identificadas como S. sciureus e consideradas como subespécies desta, foram elevados ao nível de espécie. Entre eles estão Saimiri macrodon e Saimiri cassiquiarensis. Estas espécies apresentam ampla distribuição na Amazônia e ocorrem em peripatria com Saimiri vanzolinii na Reserva Mamirauá, Amazônia Central. Os limites da distribuição geográfica das três espécies são bem delineados, mas os mecanismos que promovem o isolamento reprodutivo ainda não estão esclarecidos. A possibilidade de existência de híbridos e a invasão progressiva de S. cassiquiarensis na área de ocorrência de S. vanzolinii são motivos de preocupação. Alguns grupos mistos foram observados na zona de contato entre S. vanzolinii e S. cassiquiarensis. A ausência de barreiras geográficas demanda que segregação entre estas espécies seja elucidada por outros parâmetros, como o isolamento reprodutivo pela incompatibilidade morfológica. Nesse contexto, descrevemos o sistema reprodutor feminino das referidas espécies a fim de avaliar a possibilidade de que a morfologia genital constitua um mecanismo de isolamento reprodutivo entre elas, através da descrição anatômica, topográfica e histológica da genitália externa e dos órgãos internos do sistema reprodutor feminino. Verificamos que essas espécies compartilham muitas semelhanças na maioria dos órgãos analisados. Embora tenham sido identificadas algumas diferenças importantes que podem desempenhar um papel relevante na evolução dos componentes do sistema reprodutivo dessas espécies, essas diferenças não são suficientes para compor um mecanismo de isolamento reprodutivo para estas três espécies de Saimiri. Nossas descrições fornecem informações importantes que podem auxiliar na construção de estratégias de conservação para estas e outras espécies do gênero Saimiri. Bem como subsidiar o desenvolvimento de biotecnologias da reprodução, especialmente espécies ameaçadas, como é o caso de S. vanzolinii e, elucidar questões sobre aspectos evolutivos dos componentes do sistema reprodutor destas espécies e de outros primatas. |