Comportamento sexual de idosos institucionalizados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Lima, Danielle Pessoa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/105721
Resumo: As famílias e a sociedade lidam com os idosos como seres assexuados. Os profissionais que trabalham com idosos também desconhecem sobre o assunto. A sexualidade é um componente importante da saúde para todas as idades, devendo ser compreendida partindo do princípio de que compõe a totalidade do ser humano, considerando o sentido holístico, não se tratando de um fator biológico, mas biopsicossociocultural. As evidências de alterações hormonais desvantajosas, as doenças incapacitantes e os efeitos colaterais dos medicamentos induzem-nos a entender que a atividade sexual não é adequada para a terceira idade. Na nossa cultura, há mitos e atitudes preconceituosas relacionadas ao sexo, como se fosse atributo apenas dos jovens em função do vigor físico e de suas descobertas, tornando-se mais difícil a manifestação dessa área na vida dos idosos. O objetivo deste estudo foi avaliar aspectos da sexualidade dos idosos residentes da maior Instituição de Longa Permanência de Fortaleza. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, com abordagem transversal, observacional e descritiva. Da população de 225 idosos residentes na Instituição de Longa Permanência, foram selecionados 92, por apresentarem capacidade cognitiva de responder o questionário e por estarem institucionalizados por no mínimo 1 ano. Resultados: A média de idade foi 73,9, média de tempo de institucionalização 7,3 anos, a maioria do sexo masculino (56,5%), heterossexual (98,9%) e da religião católica (80,4%). Os problemas de saúde mais prevalentes da amostra foram Hipertensão Arterial Sistêmica (73,9%), Dislipidemia (48,9 %), Depressão (29,3%), Diabetes Mellitus (28,3%), Doença Vascular Periférica (20,7%). Os medicamentos mais utilizados foram Anti-Hipertensivos (72,8%), Psicofármacos (57,6%), Estatinas (55,4%), Antidepressivos (35,9%). Foram evidenciados que 23,9% da amostra, 18 do sexo masculino e 4 do feminino tiveram reação sexual no ano anterior, dos quais 59,1% utilizavam ambientes fora da instituição, com 90% relatando sexo vaginal, exclusivo ou acompanhado de outras formas (anal, oral), com 70% referindo nunca utilizar preservativo. A prevalência da atividade sexual dos homens (34,6%) foi maior que a das mulheres (10%). Não houve diferença significante quanto ao nível de escolaridade, a faixa etária, o número de medicamentos e de comorbidades entre os ativos e não ativos. A prevalência de atividade sexual foi maior entre idosos com parceiros sexuais fixos e nos que apresentaram maior interesse sexual. Cerca de 80% das mulheres e 46,2% dos homens se consideraram satisfeitos na área sexual. A masturbação foi referida por 25% dos homens e por nenhuma mulher. A média de idade atribuída pelos homens e pelas mulheres na qual houve redução do interesse sexual foram respectivamente 64,7 e 53,1. Conclusão: O interesse e a atividade sexual estão presentes em idosos institucionalizados, são maiores no sexo masculino, mas existe redução de ambos com a idade. O preservativo é pouco utilizado entre idosos. A sexualidade é influenciada por vários fatores como doenças, idade, medicamentos, cultura, fatores psicossociais que precisam ser melhor compreendidos em seu impacto isoladamente. A institucionalização determina muitas barreiras na sexualidade dos idosos.