Depressão e ansiedade materna no contexto de criança autista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ponte, Jordânea Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/589485
Resumo: O diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) promove grandes transformações no contexto familiar que precisa se adaptar a uma nova realidade repleta de desafios e restrições. O impacto dessa notícia altera consideravelmente a dinâmica familiar repercutindo em todos os membros, em especial, na figura materna que geralmente assume as responsabilidades em relação aos cuidados diários e ao tratamento. Objetivo: Avaliar níveis de depressão e ansiedade materna no contexto do autismo. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal descritivo e analítico. A coleta foi realizada no período de 17 de fevereiro a 31 de março de 2023, na Policlínica Regional Senador Almir Pinto, responsável pelo atendimento da atenção especializada dos municípios, Acarape, Barreira, Guaiúba, Maracanaú, Maranguape, Pacatuba, Palmácia e Redenção, que compõe a 3ª Região de Saúde do estado do Ceará. A população do estudo foi composta por 55 mães de crianças autistas atendidas na referida Policlínica. Aplicouse um questionário semiestruturado para coletar as seguintes variáveis: a) sociodemográficas; b) dados sobre saúde (doenças autorreferidas); e, c) percepção de saúde atual (excelente, razoável, ruim), e do último ano (melhor, igual ou pior). Para avaliar o nível de depressão e ansiedade, foi aplicada a Escala Hospitalar para Depressão e Ansiedade (Hospital Anxiety and Depression Scale) - HAD. A análise dos dados foi realizada por meio do Programa Statistical Package for Social Science (SPSS) versão 20. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Fortaleza. Resultados: Sobre as variáveis sociodemográficas, verificou-se que a média de idade das mães foi de 32,1 ± 6,6 anos, 65,5% (n=36) se autodeclararam de cor branca, 34,5% (n=19) são mães solteiras, 34,5% (n=19) são casadas, 75,5% (n=42) tem entre 1 e dois filhos, 72,7% (n=40) não trabalham fora de casa. Em relação às alterações de humor autorrelatadas pelas mães, 80% (n=44) afirmam ter tempo suficiente para cuidar do(s) filho(s), 78,3% (n=43) fica ansiosa/nervosa em caso de choro ou dificuldade da criança para dormir, 56,4% tiveram alegria nos últimos 3 meses. No entanto, 87,3% (n=48) e 85,5% (n=47) tiveram pensamentos ruminativos e sentiram tristeza habitualmente respectivamente. De acordo com itens avaliados pela escala HAD, foi evidenciada alta prevalência de ansiedade (75%; n=41) e depressão (65,5%; n=36). Na análise bivariada, não houve associação entre o nível de ansiedade e de depressão com as demais variáveis investigadas. Conclusão: Alerta-se para a alta prevalência de ansiedade e depressão em mães de crianças com TEA, que configura um problema de saúde pública. Diante disso, destaca-se a importância do desenvolvimento de políticas e programas de intervenção que forneçam o suporte adequado para o cuidado psicológico dessas mães, em virtude que o tratamento desses problemas de saúde mental pode ajudar a melhorar a qualidade de vida das mães, bem como promover um ambiente mais saudável para a criança com TEA. Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista. Ansiedade. Depressão.