Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Vasconcelos, Jônatas Carneiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/113685
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Resumo: |
Introdução. A Tuberculose (TB) define-se por uma doença infectocontagiosa e endêmica de evolução crônica, caracterizada pela disseminação do agente etiológico, Mycobacterium Tuberculosis, através das vias aéreas de uma pessoa infectada. O diagnóstico da doença é feito com base nos dados da história clínica e achados radiológicos e a sua confirmação é obtida por meio da baciloscopia e cultura. Objetivo. Estudar a história clínica e epidemiológica de idosos acometidos por Tuberculose no Estado do Ceará. Materiais e Métodos. Estudo retrospectivo, documental, quantitativo e analítico, realizado com base na revisão de prontuários de pacientes com idade de 60 anos ou mais no ato do atendimento no hospital São José, referência à TB ou suas complicações. Foram utilizados os prontuários acolhidos no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016. Foram obtidos dados sobre o padrão de distribuição de casos de TB ao longo de cada ano de estudo, padronizando assim a tendência da TB na linha do tempo estudado, além de informações epidemiológicas e clínicas de TB dos pacientes atendidos. Adotaram-se técnicas de estatística descritiva, como medidas de tendência central e de variação, tabelas de distribuição de frequência. Resultados. Foram colhidos 128 prontuários referentes ao período estudado. A idade dos pacientes variou de 60 a 93 anos, média de 68,84, variância de 52,21 e desvio padrão de 7,22. Todos os 128 casos foram hospitalizados, sendo que 41 (32,03%) tiveram atendimento ambulatorial pela doença antes ou depois da hospitalização por TB. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) recebeu 48 e apenas três casos tinham acompanhamento em casa pelo Tratamento Diretamente Observado (TDO). Dos pacientes, 90 (70,31%) eram do sexo masculino, o maior número de casos ocorreu nas faixas etárias de 60 a 69 anos (80; 62,5%) e 59 (46,09%) apresentavam renda superior a um salário mínimo. Os analfabetos e que tinham apenas ensino fundamental incompleto foram os mais afetados. Houve alta prevalência de óbitos por TB (57; 44,50%) e taxa de abandono do tratamento (26; 20,3%), ocasionando a taxa de cura relativamente baixa (36; 28,1%). TB pulmonar foi a forma clínica mais comum (102; 79,69%). O tabagismo constituiu fator de risco prevalente nos pacientes 63 (49,22%), seguido por etilismo, HIV/AIDS, desnutrição, diabetes e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Foi possível traçar uma relação de causalidade entre estes fatores e a ocorrência do óbito na população de estudo. Dos pacientes, 62 (48,44%) tiveram alta melhorado, 9 (7,03%) foram transferidos para outros hospitais e 57 (44,53%) evoluíram ao óbito. Dos 57 óbitos, 43 (47,78%) pacientes eram do sexo masculino. Febre, dispneia, tosse produtiva e perda de peso se mostraram bastante importantes. Existiu uma correlação moderada entre pacientes que tiveram história pregressa da doença e qualquer grau de resistência. O coeficiente de prevalência da tuberculose droga resistente (TBDR) foi de 28,12/100 hab. Dos pacientes (36; 28,12%) que apresentaram resistência da doença, 22 (61,11%) evoluíram ao óbito, tendo os dois elementos forte correlação entre si (r = 0,728**). A correlação entre os dias de permanência e a TB resistente se mostra fortíssima (r = 0,982**). Conclusão. Percebe-se a dificuldade que a população idosa enfrenta ao contrair uma doença estigmatizante, extremamente infecciosa e agressiva com a ocorrência ou não de fatores associados, como doenças crônicas ou hábitos de vida, como o tabagismo e etilismo. O estudo permitiu um farto entendimento sobre os fatores intrínsecos e extrínsecos que mais afetam a população idosa acometida por TB, bem como a compreensão de como eles interferem nesta população em um estado pobre do nordeste brasileiro, realidade esta, que pode ser refletida em países subdesenvolvidos. Certamente todos estes motivos contribuem e até viabilizam o desenvolvimento da TBDR na população idosa. Todos os fatores supracitados, incluindo-se os psicossociais, justificam o alto índice de óbitos que observamos na pesquisa. |