Psicanálise, educação e política: a adolescência no encontro com a pólis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rocha, Lorenna Pinheiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/129288
Resumo: O presente trabalho se insere num eixo de estudos que toma a despolitização da sociedade, engendrada pela maquinaria capitalista, como campo urgente de pesquisa. Centramos nossa análise numa das esferas da vida humana que vem sendo especialmente afetada por tal processo: a educação. Cientes de que o público adolescente é o que denuncia, de modo mais evidente, a crise educacional contemporânea, temos, aqui, o objetivo de fazer frente ao esvaziamento do político no campo educativo, a partir do engendramento de uma noção de política que, amparada pelas teorizações psicanalíticas, resgate a dimensão da coletividade e do encontro com a cidade, enquanto representante da pólis, como constituintes da experiência adolescente. Para tanto, dividimos nosso trabalho em três partes. Na primeira, discutimos os efeitos da entrada da racionalidade neoliberal no campo da educação e, em especial, a emergência da pedagogia tecnicista como orientadora do modelo contemporâneo de aprendizagem por competências. Na segunda, centramos nossos esforços em discutir o processo de despolitização da educação como intimamente articulado ao declínio da tradição frente à perda da autoridade do adulto/professor, à pobreza de experiências compartilhadas (Erfahrung) que caracteriza o mundo moderno, e à conversão da formação cultural (Bildung) numa semiformação (Halbbbildung), que não consegue implicar subjetivamente o indivíduo em um campo de ação político. Na terceira e última, elucidamos os sintomas adolescentes e os impasses da transmissão que se manifestam, com notável frequência, no âmbito escolar, denunciando a fratura do laço social contemporâneo e a falência da dimensão do entre vários como campo primordial da experiência adolescente. Argumentamos, então, a favor de uma educação implicada na pólis, que leve em conta a dimensão paradoxal e impossível do desejo e que se deixe penetrar pela polifonia da cidade, apostando que, desse encontro, resultem saídas mais criativas, singulares e, quem sabe, mais transformadoras para a sociedade como um todo, fomentando, assim, a construção de um novo mundo compartilhado por e entre os homens. Palavras-chave: psicanálise; educação; política; adolescência; neoliberalismo.