A estrutura do campo social do setor de sementes no semiárido brasileiro: reflexões a partir de Icó-CE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Felix, Ednael Macedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/126475
Resumo: Esta pesquisa tem como finalidade compreender como se estrutura o campo da produção de sementes no semiárido brasileiro por meio de um estudo de caso realizado no município de Icó, no estado Ceará. Para isso foi necessário identificar os agentes econômicos, políticos e sociais que perfazem esse campo, compreender os argumentos e a maneira como os agentes da produção de sementes no semiárido brasileiro se posicionam na estruturação do campo e descrever o sistema de disposições e tomadas de posição desses agentes. A fundamentação teórica relaciona os conceitos de capital, habitus e campo social segundo a concepção de Bourdieu, que explicam que o campo social é um espaço determinado pelas posições dos agentes que pertencem a ele e estrutura-se com indivíduos que, concordando ou discordando das regras que regem esse meio, buscam conservá-las ou subvertê-las, tendo no habituso conjunto de práticas e nos capitais os recursos e estratégias de luta para isso. O estudo é caracterizado metodologicamente primeiro pela identificação dos agentes sociais, segundo pela caracterização de seus capitais, bem como pela estrutura do campo social mediante determinação da posição de cada agente no campo. Os dados necessários à realização do trabalho foram obtidos por meio de pesquisa documental, entrevistas exploratórias semiestruturadas realizadas com representantes da EMATERCE, CONAB, EEEP, SMARH, STTR-ICO, BB, MPA, CPT, ADICOL, Empresas Privadas e Pequenos Produtores. No tratamento dos dados optou-se pela análise de conteúdo. Os dados indicaram a presença de 14 tipos de agentes no campo social pesquisado, dentre os quais, um se distingue pelo capital econômico, nove por capital cultural, dois por capital social e dois por capital político. Constatou-se que a argumentação dos agentes visa à manutenção de suas posições na estrutura do campo, mediante disposição de seus capitais simbólicos. Essas posiçõessão compostas por dez agentes identificados como ortodoxos,que usam o argumento da produtividade como exigência para uso de sementes certificadas e quatro como heterodoxos que por sua vez se defendem com argumentos de resistência ao oligopólio do setor, e pelo risco da transgenia. Pode-se perceber que a oposição de interesses colocaas ações do pequeno produtor rural em situação de individualidade, enfraquecendo-o enquanto agente, notadamente com menos capitais disponíveis. Conclui-se que o corpus teórico de Bourdieu contribui para se compreender as organizações e suacoexistência no campo social, deixando claro que quanto mais às ciências sociais aproximarem suas teorias uma da outra, mais seus achados terão complementaridade e clareza. São apresentadas sugestões de colaboração para uma maior interação entre as ciências sociais, e como a teoria de campo social segundo Bourdieu pode aperfeiçoar a área dos Estudos Organizacionais na Administração.Por fim, são apresentadas sugestões de pesquisa que busquem compreender a dinâmica do campo sem a interferência do limite temporal a qual a descrição da estrutura está submetida. Palavras-chave: Campo Social. Sementes. Semiárido brasileiro.