Adolescentes mães em contexto de vulnerabilidade social: uma perspectiva winnicottiana dos cuidados maternos e o ato de alimentar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Moraes, Wecia Mualem Sousa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/117546
Resumo: Esta tese teve como objetivo geral investigar os cuidados maternos de adolescentes mães em contexto de vulnerabilidade social a partir do ato de alimentar seus filhos. Já como objetivos específicos buscamos: compreender qual o sentido dos cuidados maternos frente à alimentação dos filhos dessas adolescentes mães; analisar, a partir da realização de consultas terapêuticas, a experiência de ser adolescente mãe; descrever o conceito de vulnerabilidade social e refletir acerca de sua utilização à Psicanálise. O interesse em estudar adolescentes mães em situação de vulnerabilidade se relaciona à imersão no Instituto da Primeira Infância - Iprede -, em Fortaleza-Ceará, onde nos chamou atenção a relação entre a maternidade precoce e os seus efeitos nos cuidados com o filho, especialmente, quanto ao ato de alimentar. Os indicadores que nortearam a construção do referencial teórico foram: adolescência, vulnerabilidade social, cuidados maternos e o ato de alimentar. A adolescência foi pensada a partir do real da puberdade, especialmente de ordem lógica e não, necessariamente, cronológica. Essas mudanças são atravessadas por situações de crise, marcadas pelo afastamento da autoridade paterna, bem como pelo apelo das pulsões sexuais. Igualmente, percebemos que a gravidez é sempre da ordem do singular, apresentando nuances relativas à subjetividade de cada uma. Além disso, também pudemos observar que oferecer uma escuta a essas adolescentes, silenciadas em suas angústias, propiciou que elas pudessem nomeá-las e também ressignificá-las, colocando-as em uma perspectiva de sujeito do inconsciente. Outro aspecto importante foi acreditarmos na concepção de que ser vulnerável é próprio de nossa constituição. A psicanálise freudo-winnicottiana norteou a construção teórica acerca dos cuidados maternos e do ato de alimentar. Foram acompanhadas três adolescentes atendidas pela instituição a partir da consulta terapêutica como dispositivo de intervenção psicanalítica, conforme proposto por Winnicott. As consultas terapêuticas também balizaram a inserção da psicanalista-pesquisadora na instituição, possibilitando a construção do setting analítico no contexto da clínica institucional. Foi possível, ainda, assinalarmos a escuta do singular em instituições de saúde e assistência como possível e capaz de produzir efeitos analíticos, impulsionando o sujeito as mudanças em sua posição subjetiva, a partir da proposta terapêutica do dispositivo clínico da consulta terapêutica. A partir destes casos, concluímos que tal abordagem nos trouxe limites e alcances, mas, de forma geral, apoiou-se em uma dimensão psicanalítica por acreditar em uma psicoterapia direcionada para o que se deseja. Pensando em nossa prática desafiadora e parafraseando a questão de Winnicott sobre o que versa a vida, ao expor que é o viver e a sua transitoriedade, apostamos na máxima: Somos todos vulneráveis. Palavras-chave: adolescência, vulnerabilidade social, cuidados maternos, ato de alimentar, psicanálise.