O que é uma prisão?: percepções ambientais em uma penitenciária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Albuquerque, Nathalie Guerra Castro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/117545
Resumo: Este trabalho teve como objetivo apreender as percepções ambientais de uma prisão por parte dos usuários do lugar: presos e agentes penitenciários. O interesse pela identificação e compreensão das relações pessoa-ambiente, a partir dos estudos da Psicologia Ambiental, direcionou a investigação para multimétodos complementares entre si: levantamento documental, observação de campo, entrevistas exploratórias e entrevistas narrativas. A pesquisa foi realizada na Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, no Ceará, onde a coleta de campo aconteceu de novembro a dezembro de 2017, tendo como colaboradores 16 presos e 15 agentes. Realizou-se análise de conteúdo das entrevistas e os resultados evidenciaram que a aglomeração espacial e social são intrínsecas do ambiente penal da atualidade pelos incômodos demonstrados tanto pelos presos quanto pelos agentes, por sua sujeição forçada ao lugar. Além disso, a falta de privacidade foi evidenciada pelos internos em indicativos de reinvindicações de espaço ¿ territorialidade ¿, e pelos agentes que, apesar de estarem em posição de vigilância, se sujeitam a uma exposição de si ao constante olhar de pessoas supostamente perigosas. A pesquisa também evidenciou que o ambiente age sobre o estado da mente das pessoas e, com efeito, sobre seus comportamentos, indicando que atividades laborais e educacionais ajudam a dar significação positiva à pena, e permitem um afastamento simbólico do estado de aprisionamento. Portanto, este trabalho expõe que as prisões exercem uma função social complexa e denuncia que a segregação social brasileira também se apresenta dentro de suas instituições penais, promovendo a manutenção do distanciamento das penas privativas de liberdade dos alvos reformistas de humanização e recuperação de pessoas. A permanência dessa estratégia de isolamento social pelo aprisionamento deve ser alterada em vários aspectos, se fazendo necessário repensar as atividades humanas nesses lugares. Palavras-chave: Psicologia Ambiental, percepção, aglomeração, privacidade, territorialidade.