Prevalência de baixa densidade mineral óssea e fraturas por osteoporose em pacientes portadores de HIV/AIDS e fatores de risco associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Landim, Lorena Carla Dantas de Amorim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/124104
Resumo: INTRODUÇÃO: A infecção pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é atualmente considerada uma pandemia e com o advento da TARV (Terapia Antirretroviral) houve um aumento da sobrevida destes pacientes levando ao surgimento de inúmeras comorbidades relacionadas ao envelhecimento, como a ocorrência de osteopenia, osteoporose (OP) com incidências de 30 e 15% dos casos, respectivamente. Além dos fatores de risco tradicionais para baixa Densidade Mineral Óssea (DMO) os portadores de HIV/Aids apresentam maior grau de desnutrição; baixos níveis de vitamina D (VD); hipogonadismo e uso de medicações, como corticosteroides, opiódes, Tenofovir (TDF), Efavirenz (EFV) e Inibidores de Proteases (IP). OBJETIVOS: Determinar a prevalência de osteopenia, OP e fratura em portadores de HIV/Aids bem como avaliar os fatores de risco para baixa DMO, e comparar a densitometria (DXA) dos pacientes com doença retroviral com os indivíduos sem HIV/Aids. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram analisados 45 pacientes portadores de HIV/Aids, homens acima de 50 anos e mulheres na pós-menopausa, em acompanhamento no Serviço Ambulatorial Especializado em Infectologia da região do Cariri- CE, entre o período de fevereiro a junho de 2017. Foi avaliado o perfil osteometabólico dos portadores da doença retroviral e, posteriormente, realizado o comparativo densitométrico pareado para idade, sexo, raça e Índice de Massa Corporal (IMC) com indivíduos sem a doença. RESULTADOS: Do total de 723 pacientes portadores de HIV/Aids, 45 (6,22%) dos selecionados correspondiam a homens acima de 50 anos (n= 35) e mulheres na pós-menopausa (n= 10). A média de idade dos pacientes foi de 58,2 ± 8,0 anos, predominando o sexo masculino (71,1%), com raça caucasiana 22 (48,9%) e com ensino fundamental incompleto (48,9%). O tempo médio de doença e TARV foram 8,9 ± 6,3 e 8,5 ± 6,4; respectivamente; sendo trinta e seis (80%) com carga viral indetectável e 24 (53,3%) com LTCD4+ superior a 200 células/ mm3. História de fratura prévia ocorreu em oito pacientes (17,8%). Observou-se que vinte e dois pacientes (48,9%) eram portadores de osteopenia e dezesseis (35,6%) eram portadores de OP; além disso, a detecção de fratura radiológica assintomática, por fragilidade óssea, foi evidenciada em 02 pacientes (4,4%). O comparativo densitométrico entre portadores da doença retroviral e sem HIV/Aids demonstrou maior prevalência de OP no grupo HIV/Aids [ 16 (35,6%) vs 8 (22,9%), p= 0,036], com a menor média de DMO no colo femoral (0,85 ± 0,15 vs 0,94 ± 0,16, p= 0,008), respectivamente. Detectamos que os pacientes portadores de HIV/Aids com OP apresentavam maior média de idade (64,5 ± 7,8 vs 57 ± 3,8, p= 0,017); maiores hábitos de etilismo e tabagismo[8 (50%) vs 0, p= 0,044; 14 (87,5%) vs 3 (42,9%), p= 0,045], respectivamente. Quando comparou- se avaliação da Circunferência Abdominal (CA) e a contagem LTCD4+ nos portadores de HIV/Aids com OP em relação aos com DMO normal, percebemos menores valores de CA e contagem de LTCD4 + no grupo com OP (87,9 ± 9,9 vs 98,7 ± 8,3, p= 0,019 e 455,4 ± 240,1 vs 726,4 ± 221,8, p= 0,019). CONCLUSÃO: Nosso estudo demostrou que pacientes com HIV/Aids apresentaram alta prevalência de baixa DMO, em especial no colo femoral, e a maior faixa etária, etilismo, tabagismo, baixa média de CA e menor contagem de LT CD4+ se correlacionaram com a presença de OP. Não observamos associação do tempo e tipo de TARV com osteopenia e OP. Futuros estudos longitudinais, com maior número de pacientes, serão necessários para avaliar o perfil osteometabólico e o impacto terapêutico em pacientes com HIV/Aids. Palavras-chave: AIDS; Osteoporose; Fratura.