Causas e efeitos do absenteísmo ao trabalho na perspectiva dos professores universitários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Vieira, Elizângela Dávila Rocha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/118344
Resumo: O absenteísmo consiste na ausência do profissional ao local de trabalho, sendo este um dos efeitos mais prejudiciais ao processo de trabalho e ao apoio social do trabalhador. Na abordagem do absenteísmo do docente universitário, apresentam relevância as condições de saúde do professor universitário, o que compromete a sua qualidade de vida e o exercício profissional. As faltas dos professores causam desorganização no ambiente de trabalho, gerando insatisfação e aumento da carga de atividades laborais dos que se fazem presentes, diminuindo a produtividade, prejudicando a qualidade do serviço prestado pela instituição e a elevação do custo operacional. O presente estudo objetivou investigar as causas e os efeitos do absenteísmo ao trabalho na perspectiva dos professores universitários, oferecendo contribuições para a promoção da saúde do trabalhador. A coleta de dados foi realizada na Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, Ceará, de maio a setembro de 2018, incluindo 100 docentes que tiveram, pelo menos, um afastamento do trabalho no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2017. A natureza do estudo foi quantitativa, sendo complementada por dados qualitativos. A coleta de dados desenvolveu-se em duas etapas: 1) coleta de dados do Sistema Informatizado de Assistência à Saúde do Servidor ¿ SIASS ¿, e 2) aplicação de questionário eletrônico com professores. A análise foi realizada com base na estatística descritiva, com a aplicação de testes de associação, e sua interpretação ancorou-se nas teorias de qualidade de vida no trabalho, destacando os modelos de Walton (1973) e Hackman e Oldham (1975). A maioria dos participantes é do sexo feminino (53%) com média de idade de 50,8 anos; os departamentos que têm mais professores com histórico de afastamento são os de Ciências Exatas (38%) e Ciências da Saúde e Biológicas (25%); a média de tempo de trabalho na instituição é de 15,1 anos e a carga horária semanal média em sala de aula é de 13,3 horas, as quais são complementadas por outras atividades, uma vez que 85% dos participantes trabalha 40 horas semanais (dois turnos). Verificou-se que 48% dos afastamentos ocorreram por problemas de saúde, destacando-se as doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (18%) e os transtornos mentais e comportamentais (10%). Apesar de haver um número significativo de professores que buscam profissionais da saúde pelo menos uma vez ao ano, principalmente clínico geral (35%), ginecologista (35%), ortopedista (19%) e cardiologista (15%), observou-se que a motivação é principalmente terapêutica. Existe uma fraca correlação (r=0,31; p=0,02) entre o número de turnos que os participantes exercem a sua função laboral e o tempo de afastamento da sala de aula por problemas de saúde. As justificativas de alguns itens do questionário evidenciaram duas temáticas que ofereceram suporte à interpretação dos dados quantitativos, quais sejam: ¿razões atribuídas à ausência ao trabalho¿ e ¿os sentidos atribuídos à ausência ao trabalho¿. Diante do exposto, este estudo enfatiza a necessidade de fortalecer medidas administrativas e políticas que favoreçam a redução dos afastamentos em docentes universitários, bem como a adoção de ações promotoras de saúde que auxiliem e melhorem as condições de trabalho a que estão submetidos.