Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Cunha, Luiza Eluina Moreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/126663
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Resumo: |
Para além do asfalto das ruas e do concreto das edificações, o espaço urbano é constituído pelos atores sociais a partir de suas vivências. A partir disso, a realização deste estudo visa compreender como se dá a dinâmica de uma cidade do interior do Ceará que teve sua população deslocada compulsoriamente para um espaço planejado, devido à construção da barragem do Castanhão. Nesse processo de deslocamento, os moradores da antiga cidade se apropriam, física e simbolicamente, da nova cidade e têm suas dinâmicas sociais alteradas. O que dá sustentação a essa compreensão são os trabalhos de Saraiva e Carrieri, 2012, Lefebvre (1991, 2006) e Magnani (2002) que, via de regra, pautam suas pesquisas pelo viés da organização-cidade, da tríade do espaço (concebido, percebido e vivido) e das categorias de análise do espaço (pedaço, mancha, trajeto e circuito) respectivamente. A abordagem metodológica segue uma orientação qualitativa, sendo que as principais técnicas empregadas foram às entrevistas semiestruturadas (FRASER; GONDIM, 2004), com pessoas chave que representam, ainda que não completamente, a população local, a pesquisa documental e a observação não participante (GODOY, 1995). A maior parcela do material oriundo do campo empírico adveio da aplicação das entrevistas e foi analisado à luz da técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2016). Os resultados revelaram que os moradores deslocados compulsoriamente resistiram à mudança até onde puderam, e tiveram seus espaços e dinâmicas alteradas com a mudança para o novo espaço concebido. Essas alterações relacionam-se as mudanças nos trajetos diários, nas relações sociais com a vizinhança, nas formas de lazer, e principalmente nas formas de trabalho. Entre os achados da pesquisa, merecem destaque a perda de hábitos e costumes, a perda da história e do vínculo, das raízes culturais e sociais, o desemprego e a ociosidade, principalmente dentre os jovens, que gera o aumento da violência e consumo de drogas e a consequente falta de segurança. A mudança provocou profundas alterações em relação aos modos de trabalho no novo espaço, o que levou os trabalhadores que dependiam do rio, que era espaço de lazer e trabalho, ressignificarem suas práticas cotidianas. Hoje, os habitantes vivem em um espaço planejado, e as dinâmicas organizacionais estão permeadas de elementos do tempo passado, que alteram o presente, e novas ressignificações desse novo espaço vão se constituindo para o futuro. A partir da pesquisa, constatei que a cidade ¿velha¿ e a ¿nova¿ se confundem e se misturam nas falas dos entrevistados e na própria vida de seus sujeitos apesar de suas diferentes concepções e vivências de espaço. As mudanças nas interações sociais, citadas ao longo do trabalho, sejam na vizinhança, nos meios de sobrevivência, no lazer, nos percursos diários, são referidas pelos moradores sempre fazendo uma analogia com as formas de vida na antiga cidade. Palavras-chave: Organização-cidade. Espaço concebido. Espaço percebido. Espaço vivido. Deslocamentos compulsórios. |