Infecção aguda pelo HIV no Centro de Testagem e Aconselhamento - prevalência, fatores associados e contribuição dos testes moleculares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Bandeira, Luciana Pinto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/124519
Resumo: Introdução: A contínua propagação do HIV mostra que, apesar dos avanços, nossos atuais esforços de prevenção não estão sendo suficientes. Uma das medidas estratégicas para o controle da doença é o seu diagnóstico precoce. Os testes rápidos para o HIV facilitaram e expandiram o acesso ao diagnóstico. No entanto, esses testes não são capazes de identificar casos com infecção aguda pelo HIV. Acredita-se que indivíduos na fase aguda da infecção podem ser responsáveis por até 50% de todas as novas infecções. Assim, bloquear a transmissão secundária durante o período de infecção aguda pode se tornar valorosa medida preventiva de saúde pública. O atual conhecimento sobre o maior potencial de transmissão do HIV durante a infecção aguda requer uma nova abordagem em saúde pública. Objetivos: Conhecer as características dos usuários do CTA de Fortaleza, reconhecendo entre estes os indivíduos com infecção aguda ou crônica pelo HIV e os fatores associados ao seu diagnóstico. Metodologia: Estudo observacional, transversal, analítico, prospectivo, combinado a estudo retrospectivo, envolvendo usuários do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Fortaleza, realizado no período de julho de 2017 a julho de 2018. O estudo retrospectivo envolveu todos os usuários que procuraram o serviço para a realização de triagem sorológica durante o período do estudo. Os participantes do estudo prospectivo foram selecionados entre os usuários do serviço que tivessem idade igual ou superior a 18 anos e obtido resultado não reagente no teste rápido para HIV. Para obtenção dos dados no estudo retrospectivo, foram coletadas as informações disponíveis no formulário de atendimento padronizado do SI-CTA. Os participantes do estudo prospectivo realizaram ainda entrevista utilizando questionário estruturado, além da coleta de amostras sanguíneas para a realização do teste de amplificação de ácidos nucléicos (NAAT). Resultados: Durante o período do estudo foram preenchidas fichas de 7.166 usuários sendo observada a predominância de indivíduos do sexo masculino, solteiros, com baixa adesão ao uso de preservativo e presença de IST prévia. Dos indivíduos submetidos aos testes rápidos 5% obtiveram resultado reagente para o HIV, 0,4% para o HBV, 0,4% para o HCV e 16,3% para sífilis. Na análise multivariada, os fatores associados ao diagnóstico de infecção pelo HIV foram sexo masculino, primeiro atendimento no CTA e resultado reagente no teste rápido para sífilis. Dentre os 6.597 indivíduos com teste rápido não reagente para o HIV, 336 foram selecionados para a realização do teste molecular, não tendo sido identificado nenhum caso de infecção aguda. Conclusão: Os fatores associados ao diagnóstico de infecção crônica pelo HIV foram o sexo masculino, primeiro atendimento no CTA e teste rápido positivo para sífilis. A estratégia de utilização universal do teste molecular no rastreio de infecção aguda se mostrou ineficiente, sugerindo a necessidade de uso de estratégias para a sua priorização. Palavras-chave: Soropositividade para HIV; vigilância de evento sentinela; infecção aguda pelo HIV; comportamento de risco.