Desnutrição infantil e os impasses nas trocas alimentares: uma discussão psicanalítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Carvalho, Ângela Sousa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/94324
Resumo: Para a Psicanálise alimentar/ser alimentado diz respeito às trocas primordiais entre o bebê e aquele que dele cuida, trocas que implicam uma passagem do real da necessidade para o mundo simbólico da demanda e do desejo, delimitando um tempo originário no advir do sujeito. O alimento, assim, ganha, desde muito cedo, um estatuto simbólico, podendo ser aceito ou recusado pela criança dependendo, por exemplo, do sentido que lhe é dado na relação mãe-bebê. Desta forma, a criança pode apresentar uma recusa persistente do alimento como uma resposta ao que se passa entre ela e seus cuidadores. Este trabalho consiste em uma investigação, a partir do discurso materno, sobre a problemática alimentar em crianças desnutridas, tomando a teoria psicanalítica como referencial teórico de discussão dos dados. A pesquisa realizou-se no Instituto de Promoção da Nutrição e do Desenvolvimento Humano ? IPREDE, tendo como sujeitos quatro mães de crianças, atendidas nesta instituição, com diagnóstico de desnutrição e queixas de impasses alimentares precoces. A partir da escuta das mães construíram-se quatro casos clínicos sustentados pelos pressupostos psicanalíticos. Observou-se, de uma maneira geral que, guardando as devidas particularidades, as crianças aqui pesquisadas apresentam comprometimento orgânico em seu desenvolvimento, desnutrição, relacionada à recusa em se alimentar. O sintoma, então, se configurou enquanto uma recusa por parte dessas crianças de qualquer alimento que não fosse o leite materno, o que aponta para uma dificuldade das mesmas em renunciar ao objeto seio e operar as devidas substituições para outros objetos/alimentos. Recusa alimentar, portanto, como uma resposta aos engodos no processo de amamentação e desmame. Podemos, deste modo, concluir que o diagnóstico da desnutrição infantil, comumente associado à privação do alimento, deve levar em consideração os fatores psíquicos relacionados ao âmbito da relação mãe-criança. Palavras-chave: Desnutrição infantil, psicanálise, impasses alimentares, relação mãe-bebê, psicogênese.