Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Izautina Vasconcelos de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/109685
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Resumo: |
O diagnóstico participativo envolve os atores sociais residentes em uma comunidade, sendo utilizado para realizar levantamentos sobre a realidade local com a participação das lideranças ou de quaisquer outros integrantes de um grupo definido. Este processo permite identificar as condições da localidade no que se refere às áreas social, econômica, cultural, ambiental, físico-territorial e político-institucional. O presente estudo buscou realizar o diagnóstico participativo dos problemas que interferem nas condições de saúde da comunidade do Dendê. Trata-se de um estudo qualitativo, na modalidade pesquisa participante, com fundamentação teórico-metodológica na Hermenêutica Gadameriana associada às teorias sobre diagnóstico participativo. Compôs a amostra 31 informantes-chave pertencentes à Comunidade do Dendê, Fortaleza, Ceará. Utilizaram-se para a coleta de dados as seguintes estratégias: entrevista aberta, caminhada de rua e dois grupos focais. As entrevistas foram realizadas no domicílio dos moradores previamente selecionados como informantes-chaves, as quais antecederam a caminhada nas ruas da comunidade. Os grupos focais aconteceram em uma sala no Campus da Universidade de Fortaleza. Os dados foram coletados de janeiro a agosto de 2016, utilizando-se a Análise de Conteúdo na modalidade temática para a identificação das quatro temáticas que buscaram responder às questões de pesquisa, quais sejam: "os sentidos da saúde para os moradores", "problemas e impactos na saúde da comunidade", "sentimentos diante dos problemas" e "estratégias de enfrentamento". Dentre estas temáticas, emergiram nove núcleos de sentido. O perfil dos informantes-chaves mostrou que a faixa etária variou de 18 a 80 anos, sendo 35,5% adultos jovens, as mulheres representaram 77,4% da amostra e o estado civil predominante foi o casado (61,3%). Dentre os informantes, 64,5% eram católicos, com renda mensal variando de um a cinco salários mínimos, porém a maioria (45,1%) recebe até três salários e 41,9% eram beneficiários do programa bolsa família, 83,8% são usuários do SUS e 86% apresentam escolaridade até o ensino médio. A saúde é definida como um elemento essencial à vida, mas os problemas da comunidade causam o sentimento de adoecimento pela falta de boas condições, as quais são expressas pela insuficiência dos serviços assistenciais à saúde; insegurança; falta de atividades de lazer, esporte e cultura para jovens e crianças; baixo efetivo policial; violência local; uso de drogas ilícitas nos espaços públicos; ausência de saneamento básico e condições ambientais que oferecem riscos à saúde; infraestrutura pública deficiente, entre outros. Tudo isso faz com que a comunidade tente solucionar ou minimizar os problemas por meio de iniciativas individuais e ou coletivas, buscando o apoio de instituições privadas para a melhoria das condições de vida. Nesse cenário, a insegurança destaca-se, uma vez que instalou a cultura do medo e o sentimento de abandono da comunidade pelo governo e mostra a ausência de direitos básicos para a vida. Conclui-se que se detectou, na comunidade em foco, uma situação de vulnerabilidade e de riscos à saúde com importante determinação social, cenário em que urge a necessidade de planejamento e da efetivação de políticas e de ações voltadas ao bem estar da população, para a qual este diagnóstico representa uma rica fonte de informações para a tomada de decisões. |