Utilização de ansiolíticos e antidepressivos em municípios do Maciço de Baturité-CE: custo, adesão e perfil farmacoepidemiológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Aguiar, Clayre Anne de Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/102805
Resumo: INTRODUÇÃO. Com a reorganização das ações de Saúde Mental, depressão e ansiedade ganharam espaço na Atenção Básica, sendo os psicofármacos um dos recursos terapêuticos utilizado para o tratamento. Diversos estudos relatam o uso indiscriminado destes medicamentos pela população, o que preocupa os profissionais de saúde. Estudos expressam a prevalência da utilização de psicofármacos de 5,7%, sendo 26,5% de benzodiazepínicos e 55,5% de antidepressivos. Os medicamentos de forma geral são responsáveis por 27% das intoxicações no Brasil e, no Ceará, foram notificados 22 casos de intoxicações por uso de psicotrópicos nos dois primeiros meses de 2014. OBJETIVO. Identificar o perfil farmacoterapêutico, e as características sociodemográficas dos usuários, relacionando-as ao uso de ansiolíticos e antidepressivos, buscando-se conhecer os fatores que influenciam o uso entre a clientela adulta atendida na Estratégia de Saúde da Família (ESF) de alguns municípios do Maciço de Baturité. METODOLOGIA. Estudo quantitativo, transversal e retrospectivo, realizado em quatro municípios da região serrana cearense, com população total de 38.785 habitantes. No primeiro momento, foi feito o levantamento dos fármacos e incluídos somente aqueles padronizados e comuns aos quatro municípios, distribuídos gratuitamente à população. Em seguida, foram identificados em livros de registros na CAF (Central de Abastecimento Farmacêutico), os pacientes que receberam os ansiolíticos e antidepressivos nos meses de janeiro e fevereiro de 2014, procedendo à etapa da aplicação do questionário. Foi considerado como desfecho o uso do medicamento ansiolítico versus antidepressivo, e as variáveis independentes - a) condições sociodemográficas; b) uso do medicamento - adesão terapêutica, uso de plantas medicinais, autopercepção da melhora, uso de outros medicamentos e tempo de uso. RESULTADOS. Foram identificados 693 pacientes que receberam ansiolíticos e antidepressivos, representando 1,79% da população em geral. Depois de aplicados os critérios de inclusão e exclusão, perdas e extravios, a amostra final contabilizou 98 usuários. Os medicamentos em maior uso foram amitriptilina, diazepam e fluoxetina. As interações medicamentosas encontradas classificaram-se em moderadas e maiores, segundo o Drugs.com e significativa, para o RxList. A combinação predominante foi diazepam e amitriptlina. O impacto financeiro contabilizou R$ 23.269,72, para os quatro municípios, nos dois meses da coleta de dados. Na análise bivariada, foi encontrada associação significativa entre o sexo e escolaridade e uso de ansiolíticos e antidepressivos. A análise do uso de antidepressivos também evidenciou relação significativa com o número de pessoas por domicílio. Apesar de idade, crença religiosa e o lazer não terem denotado relação, há um maior número de usuários entre as pessoas com faixa acima de 45 anos, com crença religiosa e que não possuem o lazer como hábito. Quanto os fatores associados ao uso dos medicamentos, encontrou-se associação significativa somente entre o uso de plantas medicinais e ansiolíticos. Percebe-se o predomínio da baixa adesão terapêutica, conforme o Teste de Morisky, apesar da preponderância do tempo superior a um ano de uso. Os principais motivos para a utilização foram ansiedade, depressão e insônia. CONCLUSÃO. Apesar dos antidepressivos constituírem 54% dos medicamentos dispensadas, o seu custo correspondeu a 72% dos gastos com ansiolíticos e antidepressivos. Existe associação significativa entre o sexo feminino, a baixa escolaridade, número de indivíduos no domicílio, consumo de plantas medicinais com o desfecho. O uso inadequado dos medicamentos analisados foi evidenciado pelo seu uso prolongado. Pretende-se contribuir com o aporte de dados para o planejamento e ações no campo da saúde mental na Atenção Básica.