Educação em saúde para a pastoral da criança: abordagem freireana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Souza, Francisco Ivan de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/69719
Resumo: A Pastoral da Criança, trabalho da Igreja Católica Apostólica Romana, está presente em todos os recantos do País. É uma missão que está nas comunidades brasileiras, buscando resgatar a qualidade de vida em todas as suas circunstâncias. Sendo assim, traçamos para nosso estudo os seguintes objetivos: analisar como ocorre o planejamento das ações da Pastoral da Criança da Arquidiocese de Fortaleza a partir de suas perspectivas teórico-práticas; estudar como são desenvolvidas as práticas educativas em Saúde na Pastoral da Criança da Arquidiocese de Fortaleza; construir coletivamente estratégias que viabilizem as práticas de Educação em Saúde nas ações desenvolvidas na Pastoral da Criança da Arquidiocese de Fortaleza, a partir de um planejamento participativo. Esta pesquisa desenvolveu-se sob uma abordagem qualitativa, utilizando a metodologia freireana do Círculo de Cultura. Para esse fim, utilizamos o local da Catedral de Fortaleza-CE para nos reunir no período de abril de 2002 a janeiro de 2003, com os dez coordenadores da Pastoral da Criança que voluntariamente participaram desta pesquisa. Os dados foram coletados através do Círculo de Cultura que nos favoreceu as palavras geradoras. Os resultados foram examinados, fazendo uso da análise de conteúdo de Bardin, utilizando o procedimento da análise temática. A partir daí, constatamos que a Pastoral da Criança acontece graças ao desprendimento e aos esforços dos líderes; o trabalho voluntário tem ajudado na orientação da saúde das famílias; a Pastoral investe na promoção humana; a Pastoral realiza atividade de Educação em Saúde. Em síntese, podemos afirmar que a Pastoral da Criança tem a tarefa de aglutinar as forças vivas como representantes de associações de moradores, das igrejas, dos movimentos culturais, grupos de mães, associações de pais, entre outros. Diante disso, concluímos que, sendo a promoção em saúde uma ação que capacita a comunidade para agir na melhoria da qualidade de vida das pessoas, ocasionando um bem-estar físico, mental e social, de acordo com a Carta de Ottawa (1986), o planejamento da Pastoral da Criança deve levar em conta o fato de que as práticas educativas em saúde ainda acontecem numa relação dominado-dominante, isto é, uma participação vigiada. A presença da mulher na Pastoral da Criança merece um destaque: 90% são mulheres que promovem este trabalho e, por isso, a Pastoral da Criança deve priorizar e desenvolver práticas de Educação em Saúde voltadas à saúde da mulher, como: igualdade de direitos na organização do trabalho, partos realizados de acordo com seus desejos e mecanismos que possam apoiá-las na licença-maternidade e na licença para acompanhamento dos cuidados ao filho doente. Quanto ao planejamento participativo nas práticas de Educação em Saúde na Pastoral da Criança, 80% dos agentes disseram que seria interessante e 20% que não. Os que disseram sim apenas externaram a opinião de que não podemos improvisar as ações de saúde, e os que disseram não falaram que é muita burocracia e não muda quase nada. A questão não é só planejar, mas também como se planeja. A forma como planejamos determina a qualidade das ações de Educação em Saúde. Qualquer metodologia não serve para promoção da saúde, porque o planejamento não é uma panacéia, mas um instrumento de ação que auxilia outras ações na realização organizada e sistematizada das atividades como prática social. Por isso, na promoção da saúde, o processo educativo não é um ponto de chegada, mas o compromisso que começa a cada ação e reflexão e a iniciativa a que nos arriscamos para produzir a melhoria da qualidade de vida.