Avaliação do diagnóstico laboratorial de melioidose no Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lima, Leoniti Dantas Queiroz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/113706
Resumo: Melioidose é uma doença infecciosa emergente e de elevada letalidade, causada pela Burkolderia pseudomallei cuja distribuição mundial encontra-se em expansão. Sua detecção no Brasil é subestimada, embora o país já seja considerado endêmico. O Ceará apresenta 94% dos casos diagnosticados no Brasil. Potencialmente mimetizadora e com diagnóstico confirmatório laboratorial, sua detecção é dificultada pela falta de conhecimentos dos profissionais de saúde e de estrutura laboratorial adequada. Esse estudo analisou a capacidade de diagnóstico da melioidose no Ceará. A rede laboratorial da cidade de Fortaleza foi analisada através de questionários estruturados sobre a capacidade de diagnóstico: microrganismos identificados; espécimes analisados; transporte e armazenamento de amostra; processamento e identificação de bactérias; descarte de cepas; registro e notificação de dados. Outra etapa analisou o diagnóstico dos casos confirmados da doença entre o período de 2003 a 2016: características gerais dos casos, critério diagnóstico, método diagnóstico utilizado, tempo do diagnóstico, aspectos clínicos dos casos, laboratórios e hospitais de ocorrência dos casos clínicos. O estudo evidenciou que somente quatro dos nove laboratórios avaliados já identificaram a B. pseudomallei. O sistema automatizado VITEK 2, que possui capacidade de detecção da bactéria, é utilizado por sete laboratórios. Não há tentativa de reisolamento de bactérias em placas suspeitas de contaminação em sete laboratórios, o que pode dificultar a identificação rotineira de B. pseudomallei. Vinte e nove casos de melioidose foram diagnosticados entre o período de 2003 e 2015. O diagnóstico microbiológico ocorreu em 86% (25) dos casos clínicos e 14% (4) por critério clínico-epidemiológico. O método automatizado VITEK 2 foi responsável por 82% (22) da identificação da bactéria. Cinquenta e dois por cento dos casos diagnosticados no Ceará, entre os anos de 2003 e 2016, ocorreram após o óbito. O Estado do Ceará não apresenta capacidade diagnóstica adequada para detectar melioidose em seus laboratórios. Há necessidade de melhorar a estrutura laboratorial e desenvolver estratégias que facilitem o conhecimento da doença pelos profissionais de saúde, especialmente médicos e microbiologistas. Palavras-chave: Burkholderia pseudomallei; melioidose; diagnóstico.