Percepção de professoras sobre o fortalecimento da autoeficácia de alunos que cometem autolesão não suicidária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cronemberger, Gerlany Leal
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/581742
Resumo: A autolesão não suicidária consiste em provocar danos a si, sem o intento suicida, no momento do ato autolesivo. A ALNS é uma estratégia ineficaz de fuga quando a pessoa acredita não ser capaz de lidar com uma situação angustiante e desafiadora. A ALNS é um sério problema de saúde, subestimado pelas políticas públicas atuais, especialmente, entre adolescentes escolares. O estudo demandou perceber como professoras enxergam a escola como unidade transformadora de comportamentos, inclusive de suporte ao enfrentamento da autolesão não suicida e promotora da Saúde Mental de seus alunos por meio do fortalecimento da autoeficácia de alunos do Ensino Médio que cometem autolesão não suicidária (ALNS). Para tanto, utilizou-se deteorias de Albert Bandura. A autoeficácia é a habilidade eficaz de resolução de problemas, contrariamente, à ALNS. Tal competência é passível de ser inata, contudo, por meio da inestimável herdade de Bandura, sempre será aprendida, desenvolvida e fortalecida. As principiais fontes de eficácia são as experiências de domínio, as fontes vicárias, a persuasão verbal e a redução de reatividade ao estresse. Perceber-se-á, no decorrer do texto, que todas as fontes de eficácia são suscetíveis de ser desenvolvidas no contexto escolar, não apenas para a prevenção ou evitação da ALNS, mas também, para a formação de pessoas mais resilientes, e, por conseguinte, de uma sociedade melhor, assim como a relação bidirecional entre a pessoa e seu entorno é capaz de influenciar a mudança de comportamento da pessoa e, assim, mudar a ambos. As teorias que envolvem o fortalecimento da autoeficácia são executáveis na escola e influenciam na evitação da ALNS do estudante, fato que justifica a investigação. Nesta pesquisa de abordagem qualitativa, a amostra foi composta pelo método snoll bow, que gerou a participação de professores apenas do gênero feminino. Os critérios de inclusão foi ser professor do Ensino Médio e com contato prévio com, pelo menos, um/uma aluno/a com ALNS. O de exclusão: participar, de modo concomitante, de cargos de coordenação na educação do mesmo município estudado. A entrevista semi-estruturada, instrumento de coleta de dados, foi aplicado às 12 professoras do Ensino Médio da rede pública do Município de Picos (PI). Cada uma das entrevistas foi gravada e transcrita em até 48 horas após a coleta de dados, com o fim de se obter qualidade dos dados. Considerando-se os objetivos do estudo, os achados receberam categorização com o auxílio do programa MAXQDA. Os núcleos de sentidos foram agrupados em quatro temáticas: perfil das professoras, escola e ALNS, escola como ambiente de Educação em Saúde Mental e Saúde Mental dos professores. A análise dos dados tratados facilitou a correlação com a fundamentação teórica escolhida e com as publicações científicas relacionadas aos temas envolvidos. Foram obtidos resultados relevantes e inquietantes no estudo: não houve correlação entre a experiência das professoras com 20 ou mais anos de atuação docente com a menor sensação de despreparo e impotência defronte dos eventos de ALNS do alunado; o relato das professoras sobre o conceito de ALNS, o reconhecimento , tanto dos sinais como de estratégias utilizadas pelos alunos para disfarçar a ALNS, foi condizente com a literatura especializada, entretanto, denotam alguma dificuldade em diferenciar a ALNS da tentativa de suicídio. Os sentimentos negativos das professoras diante da ALNS do aluno, mesmo que esperados, são capazes de indicar baixa autoeficácia também das docentes. O interesse em promover Saúde Mental na escola foi demonstrado, desde que recebam treinamento específico e apoio de profissionais da Saúde Mental. O prejuízo à Saúde Mental das professoras decorrente da sobrecarga de trabalho afetou a observação do comportamento dos seus alunos. Conclui-se que a escola está habilitada a influenciar o fortalecimento da autoeficácia de alunos com ALNS, contudo, os professores necessitam de: treinamento sobre ALNS, acerca do uso da Teoria da Autoeficácia, de Bandura para a elaboração de planos de ensino direcionados para o desenvolvimento de experiências que despertem competências singulares às necessidades de cada aluno; cuidados em Saúde Mental para que se sintam aptos a propiciar a apreensão, pelos alunos, da aprendizagem por modelagem direta e indireta, a encorar os discentes por meio da persuasão verbal e a reduzir a reatividade ao estresse dos escolares. Recomendam-se futuros estudos sobre a relação entre o sofrimento psíquico e autoeficácia do professor no processo de ensino-aprendizagem. Descritores: Autolesão não suicidária, autoeficácia, escola