Universitários e a influência do culto à beleza proporcionada pela cirurgia estética

• Ano de defesa: 2009
• Autor(a) principal: Falcão, Cristina de Santiago Viana
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Cirurgia plástica; Beleza física; Corpo humano; Promoção da saúde
• Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/88743

A supervalorização do corpo na pós-modernidade, condicionada à imposição midiática, conduz as pessoas na busca do corpo ideal. Para atender a esse padrão, evidenciam-se exigências da boa aparência (boa forma) requeridas pelo mercado, exposição imagética do indivíduo, seja na mídia ou na rua, e os apelos do consumismo, ancorados na valorização do estilo de vida. Tanto o homem quanto a mulher pós-moderna passou a tratar seu corpo como um objeto que deverá ser modelado de acordo com os ideais estéticos, utilizando a cirurgia plástica como um dos recursos para garantir sua inserção no grupo social. Deparamo-nos com a necessidade de conhecer a visão dos profissionais que atuam diretamente na recuperação do corpo, considerando que nas últimas décadas do século XX as cirurgias plásticas estéticas eram tratadas com grande reserva pelos pacientes. Em contraponto, personalidades frequentadoras das colunas sociais e meios artísticos declaram de forma frívola a realização de cirurgia plástica e a submissão a tratamentos estéticos sempre que necessário, condicionando-as ao status social. Realizou-se uma pesquisa qualitativa, por meio da aplicação de três grupos focais, envolvendo discentes dos cursos de estilismo e moda, fisioterapia e psicologia, analisando as falas dos participantes a partir da análise temática de Minayo. Elegemos quatro dimensões temáticas: banalização da cirurgia estética, influência determinante do apelo midiático, necessidade de atender ao padrão de beleza vigente e descaso com a promoção da saúde. Os resultados demonstraram que os representantes do curso de fisioterapia consideram que a cirurgia estética promove saúde mental, facilita a inclusão social e as relações de gênero; destacam também que não se implicaram no processo de mudanças na relação com os pacientes e as cirurgias estéticas; os discentes do curso de estilismo e moda referem que não utilizam o critério de saúde na elaboração de suas vestimentas, focando a beleza; já os psicólogos, na mudança desse paradigma, acreditam que a psicoterapia ajuda as pessoas a refletirem sobre si, porque o social aliena o individual e culpa o sujeito que não se adéqua aos padrões. Com efeito, a atuação multidisciplinar no atendimento aos clientes é fundamental, após procedimentos cirúrgicos estéticos na adequação aos padrões corporais midiáticos vigentes, recuperação do quadro pósoperatório, bem como de cuidados à manutenção dos benefícios auferidos. Por fim, o sujeito precisará ser inserido no seu grupo social, necessitando de vestimentas adequadas.