Prontuário eletrônico do paciente: uso e aceitação por médicos da atenção primária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Holanda, Alexandre Alcantara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/83811
Resumo: O registro de informações na área da saúde é uma atividade cotidiana e essencial para a adequada assistência à saúde e segurança dos pacientes e dos prestadores de serviços. O prontuário eletrônico apresenta a possibilidade de agregar, inter-relacionar e organizar essa gama de informações diferenciadas com fins múltiplos de maneira inteligente. O município de Fortaleza (CE) informatizou a rede de atenção básica com um prontuário eletrônico do paciente (PEP) em 2002. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o uso e aceitação do PEP por médicos da atenção primária de um distrito de saúde de Fortaleza. Para isso foram feitas a investigação sobre o grau de satisfação, de conhecimento e uso de funcionalidades específicas do PEP e a análise da percepção dos médicos sobre a implantação, a facilidade de utilização, a confiança, as potencialidades e as fragilidades do PEP. Tratou-se de uma pesquisa avaliativa descritiva e exploratória utilizando um questionário como instrumento de coleta dos dados. Todos os 111 médicos na rede de atenção básica da secretaria regional 6 do município de Fortaleza atuantes durante os meses de setembro e outubro de 2008 receberam o convite para participação. Foi aplicado um instrumento composto de questões fechadas e abertas. Foram realizadas análises quantitativas sobre uso e satisfação, e análises qualitativas sobre acerto da implantação do sistema, a facilidade no uso, a confiança no sistema e as potencialidades e fragilidades. A taxa de resposta foi de 89% (99 médicos). Os achados demonstraram que a satisfação geral com o PEP é baixa com 2 (2%) satisfeitos, 50 (50,5%) satisfeitos em parte e 47 (47,5%) insatisfeitos. Houve associação entre maior uso das funcionalidades do sistema com as seguintes variáveis: ser mulher (p<0,05), ser mais jovens (p<0,05), atender menos que 16 pacientes por turno (p<0,05), estar em treinamento (residência médica, p<0,05) e estarem menos satisfeitos com o PEP (p<0,05). Os resultados da análise qualitativa apontaram as seguintes categorias: potencial que um PEP traria se funcionasse corretamente; esperança em relação a outros sistemas; insuficiente e inadequada infra-estrutura e suporte; facilidade de uso, porém baixa usabilidade; inadequação ao que se propõe; disfunção durante os atendimentos; falta de treinamento e conhecimento sobre o sistema; desconfiança na segurança dos dados; influência na relação médico-paciente. Conclui-se com o estudo que os médicos de uma forma geral estão insatisfeitos com atual PEP da atenção básica de Fortaleza, tem baixa confiabilidade apesar de acreditarem que há ganhos potenciais na utilização de sistemas eletrônicos. Portanto, o atual PEP não se mostra adequado e deve ser reformulado ou substituído. O prontuário em papel pode ser uma saída provisória levando em consideração o contexto e o planejamento dos serviços de saúde da atenção primária local.