Violência interpessoal sofrida e perpetrada por mulheres em metrópole brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Freitas, Ana Luiza E Vasconcelos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/114165
Resumo: A violência interpessoal é um fenômeno global, com graves consequências na vida, apresentando-se como problema de saúde pública. Reportando-se essa modalidade de violência no âmbito da mulher, a complexidade do fenômeno desafia governos ante as repercussões na saúde individual, familiar e coletiva. Apesar dos avanços nas políticas públicas no seu enfrentamento, são necessárias investigações que possibilitem romper o ciclo da violência interpessoal e identifiquem contextos em que a mulher sofre e/ou perpetra a violência. Nesse contexto, este estudo analisa o perfil das mulheres que declararam ter sofrido e/ou perpetrado atos de violência interpessoal no município de Fortaleza, Ceará. Trata-se de estudo quantitativo, transversal, realizado no município de Fortaleza, Ceará, com uma amostra de 499 mulheres acima de 20 anos, entre julho e dezembro de 2016. Utilizou-se como instrumento de coleta questionário contendo cinco blocos: características sociodemográficas, participação em atos de violência interpessoal no último ano (sofrida/perpetrada) e caracterização dos atos sofridos e/ou perpetrados. A coleta foi realizada em domicílios, selecionados aleatoriamente, englobando cinco distritos territoriais. A análise de dados considerou a estatística descritiva, medidas de tendência central e de dispersão, bem como análise bivariada. Entre as características sociodemográficas, destacam-se mulheres com idade ¿ 53 anos, solteira, escolaridade ¿ 8 anos, donas de casa, católicas, com filhos, naturais do município de Fortaleza, com renda familiar < 5 salários mínimos. Quanto aos atos violentos sofridos, predominou a violência psicológica (164/85,8%), ocorrida mais de 3 vezes (114/57,3%) no último ano, no ambiente externo (101/49,8%), entre não familiares (113/60,1%) e as mulheres não reagiram (123/66,8%). Quanto aos atos praticados, a maioria foi violência psicológica (87,8%), a vítima não reagiu (153/79,7%) e esta possuía vínculo familiar (154/75,9%). Quanto à violência perpetrada, destacou-se a física (85/41,2%), em pessoas com vínculo familiar (56/59,6%) e não havendo reação da pessoa (62/71,3%). As mulheres que são expostas à violência vivem nessa situação por depender financeiramente ou emocionalmente do agressor. Essas mulheres têm a tendência de sofrer e\ou praticar a violência psicológica por ser um ato que não deixa marcas visíveis no corpo. É a mais praticada e que, por falta de conhecimento da agressora e da vítima, acreditam que não existe punição. O estudo retrata a continuidade da violência interpessoal em mulheres, o que demanda a ressignificação de práticas sociais dialógicas e ações que fortaleçam a mediação de conflitos, envolvendo mulheres que sofreram e/ou praticaram atos violentos no convívio familiar e social.