Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Aquilino, Jamile Barreto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/123997
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Resumo: |
Livros, filmes, séries, novelas e coberturas jornalísticas contribuem para que a psicopatia e seu personagem correlato e ¿assustador¿, o psicopata permeiem o imaginário popular. Compreendendo os serviços no campo da saúde mental e da atenção psicossocial como locais de trocas sociais, acolhimento e cuidado e que o ser humano não é determinado, mas em contínua criação, recusando dicotomias, para compreendê-lo em movimento constante e passível de diferentes interpretações, entendemos que descrever a psicopatia a partir da percepção dos profissionais de saúde mental pode problematizar a inserção da psicopatia na pauta das políticas públicas de saúde possibilitando a desconstrução do estigma e aumentando as possibilidades de identificação e tratamento incipientes, ampliando as chances de uma melhor evolução dos quadros clínicos ligados à construção e estruturação da personalidade e viabilizando intervenções clínicas e psicossociais mais eficazes por meio da promoção e prevenção da saúde. Para tanto, optamos pela pesquisa qualitativa, pelo método fenomenológico crítico e o uso de entrevistas fenomenológicas, não estruturadas, individuais, pautadas na questão norteadora ¿fale-me sobre a sua percepção acerca da psicopatia¿. A partir da transcrição literal de todo conteúdo das falas, contemplando todos movimentos na entrevista, inclusive os não verbais buscamos a compreensão minuciosa e descritiva do significado emergente, prescindindo-se de hipóteses e a prioris, para um entendimento do fenômeno intersubjetivo, sem pré-julgamentos, buscando a redução fenomenológica para privilegiar as falas dos participantes. Vinte e um profissionais de saúde mental dos três CAPS da Regional III de Fortaleza, no Ceará, participaram. A percepção sobre a psicopatia ganhou várias nuances e o espaço aberto e livre para expressão da experiência mundana de cada profissional permitiu também a emersão do estigma da doença mental, sobretudo da psicopatologia em estudo. Identificou-se percepções diversas dos profissionais de saúde sobre a psicopatia, a partir dos inúmeros aspectos descritos por eles: psicopatia como sinônimo de psicopatologia, intervenção, características, comorbidades, diagnóstico, itinerários terapêuticos, prognóstico, prevenção, entre outros. A psicopatia ainda parece ocupar um lugar nebuloso entre as psicopatologias. Foram recorrentes nas falas categorias nosográficas e os conceitos psiquiátricos como saúde-doença mental, cura, normalidade-anormalidade. Entraves para uma percepção do sujeito em detrimento da doença e para a consolidação do processo da Reforma Psiquiátrica. Inicialmente compreendida como sinônimo de psicopatologia para a maioria dos profissionais, a psicopatia ganha o status de um transtorno mental específico quando, na tentativa de nomear seu possuidor, aparece a figura do psicopata. Figura conhecida dos filmes, noticiários e causos pela frieza, manipulação, falta de empatia, agressividade e por cometer atos veemente reprovados pela sociedade sem sofrer e se culpar. A compreensão da ¿doença¿ como uma das possibilidades, ou a única, de ser no mundo, e do indivíduo com um corpo de potencialidades e singularidades em sua experiência, pode transformar o imaginário social e colocar a pessoa e não o psicopata como foco, possibilitando o delineamento de práticas de cuidados, principalmente, na infância, até então ignoradas ou colocadas em segundo plano, para uma busca ingênua por causas, diagnósticos ou características estigmatizantes. |