Rupturas no tempo da tarefa: possibilidades de (re) significação do tempo no contexto do trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Brito, Camile Gouveia Bezerra de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/91422
Resumo: A contemporaneidade apresenta como marca central a aceleração do tempo que configura novos ritmos sociais, a partir dos quais se abrem inúmeras ofertas para que se consiga viver intensamente todas as possibilidades de prazer como promessas de obtenção de felicidade e satisfação, fomentando, assim, a cultura dos excessos perpassada pelo consumo exacerbado e acrítico. Nos contextos laborais, impera a racionalidade do tempo linear, mediante o qual o trabalho inanimado decorrente da mecanização passa a imperar como fonte de segurança, confiabilidade e precisão, necessários à eficiência organizacional, sendo, contudo, fonte potencial de sofrimento e adoecimento para o trabalhador. Esta investigação tem como objetivo geral identificar os significados atribuídos por trabalhadores do setor gráfico cearense às rupturas empreendidas no tempo da tarefa. Pesquisa de natureza qualitativa, exploratória e descritiva, realizada mediante trabalho de campo seguindo um enfoque etnográfico, com base na observação participante, com registros em diário de campo. As observações de campo foram complementadas com a realização de entrevistas semi-estruturadas com os sujeitos colaboradores do estudo, dentro dos critérios de inclusão adotados e considerando a saturação amostral. Com a realização deste estudo, foi possível constatar que, em meio às condições adversas e potencialmente adoecedoras das condições de trabalho na contemporaneidade, os trabalhadores são capazes de empreender rupturas no tempo da tarefa, como ações de livre expressão, consideradas como forma de enfrentamento dessas condições que lhes permitem (re) significar o tempo de trabalho, rompendo com o tempo da rotina, da monotonia, passando, assim, a (re) significar o tempo de trabalho transpondo a dor e o sofrimento, mas também como possibilidade de ser vivido de forma criativa, lúdica e festiva. Ao tempo quantificável das organizações se interpõe o tempo subjetivo dos sujeitos, pois, mediante o modo como os trabalhadores percebem e significam o tempo de trabalho, empreendem ações que representam cortes na rotina da tarefa, que ajudam o tempo de trabalho a passar de forma mais prazerosa, com a representação repleta de significados para aqueles que o vivenciam. Infere-se ainda sobre possíveis aproximações entre as rupturas empreendidas no tempo da tarefa com as experiências de ócio, como vivências ocorrentes no âmbito da livre eleição e da motivação intrínseca, conferindo repercussões individuais e coletivas ao sujeito da experiência. Palavras-Chaves: Contemporaneidade. Consumo. Trabalho. Sofrimento. Ócio.