Análise do prontuário eletrônico na Aeronáutica brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Boas, Patrícia Mesquita Vilas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/128192
Resumo: Prontuário Eletrônico do Paciente é definido como registro digital projetado para oferecer, por meio de sistematização e disponibilização de informações, suporte a usuários, apoio à tomada de decisão clínica e subsídios ao planejamento em saúde. Sua implantação tem avançado em instituições de saúde civis e militares. No Sistema de Saúde da Aeronáutica a implantação ocorre desde 2008 com objetivo de alcançar a interoperabilidade das unidades e o aumento da qualidade da assistência e da gestão dos serviços. Tem-se como objetivo analisar os fatores associados à implantação e utilização do prontuário eletrônico do paciente no serviço de assistência à saúde na Aeronáutica brasileira. Estudo quantitativo, transversal e analítico, realizado com 234 médicos atuantes em unidades da Aeronáutica brasileira que contam com o prontuário eletrônico do paciente implantado. Estes responderam, eletronicamente, instrumento contendo atributos sociodemográficos e profissiográficos, bem como elementos de operabilidade, impactos, potencialidades e desafios relacionados a esta ferramenta. Os dados foram transferidos para o software Stata v.15, no qual foram realizadas análises descritivas, mediante cálculo de medidas de posição, dispersão e frequência, e inferenciais, por meio dos testes qui-quadrado e exato de Fisher, com nível de significância de 5%. Foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa. Os participantes do estudo possuem média de idade de 39,25 (±7,53) anos e tempo médio de experiência de 9,82 (±7,82) anos, com predominância do sexo feminino e de lotação em hospitais e no Esquadrão de Saúde. Cerca de 80% receberam treinamento para operar o prontuário eletrônico do paciente, sendo conteúdos mais frequentemente abordados: acesso ao sistema (70,94%) e preenchimento (70,09%). O recurso tem sido utilizado, principalmente, em consultas (90,17%), entrevista e exame físico (67,09%) e evolução dos pacientes (62,82%). Armazenamento das informações e agilidade e praticidade de registro são percebidas como as principais vantagens, ao passo que problemas nos equipamentos eletrônicos e erros do sistema são desvantagens de principal destaque. Embora 36% dos médicos sintam-se pouco confiantes para operar o sistema, esta percepção não os leva a preferir o registro manual. A usabilidade é o componente que acarreta maior insatisfação. A despeito disso, a maioria considera que a implantação impactou positivamente na dinâmica de trabalho e na produtividade. A adesão à realização de registros no prontuário eletrônico do paciente mostra-se associada significativamente com o posto de trabalho (p<0,001), ao tipo de unidade (p=0,008), ao tempo de implantação (p<0,001) e à participação em treinamento (p=0,028). A compatibilidade nos processos de trabalho possui associação apenas com o sexo (p=0,020). Depreende-se que o prontuário eletrônico do paciente na Aeronáutica brasileira vem sendo utilizado para sistematizar e apoiar o registro de processos clínicos, mas ainda há subutilização do sistema para funcionalidades cruciais, como admissão, alta e prescrição medicamentosa. A percepção positiva quanto à compatibilidade e a contribuição para os processos de trabalho aventa possibilidades de expansão e aprimoramento de seu uso. Os achados proveem subsídio relevante para consolidar e expandir a implantação do prontuário eletrônico do paciente nas instituições públicas e privadas de saúde, incluindo, porém não se limitando, as Forças Armadas brasileiras. Palavras-chave: Registros Eletrônicos de Saúde; Sistema de Informação em Saúde; Planejamento em Saúde; Estratégias de Saúde.