O sentido da religião para um grupo de fiéis pentecostais

• Ano de defesa: 2003
• Autor(a) principal: Freitas, Wládia Medeiros de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Religião - Aspectos psicológicos; Mal-estar; Pentecostalismo
• Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/85502

Este estudo descreve e analisa a fala de 10 sujeitos, maiores de idade e pertencentes a diferentes realidades sociais que, na virada do século XX, se converteram ao Pentecostalismo, no Município de Fortaleza. Partimos do pressuposto que a conversão possibilita uma re-significação diante de si e do outro, mas que, nem mesmo esta consegue dar conta do mal-estar inerente ao humano. Desse modo, esse estudo objetiva em primeira instância compreender o sentido que os sujeitos pesquisados atribuem à religião após a conversão e como esse relaciona-se com o sofrimento e com os atos dietéticos que o constituem. Priorizamos o referencial teórico psicanalítico freudiano, tendo em ?o mal-estar na civilização? o fio condutor desse estudo. Apropriamo-nos, ainda, de outros autores do campo da Psicanálise, como em virtude da abrangência do tema, propomos uma interface com saberes da Sociologia, Antropologia e Teologia, culminando em um diálogo não pretensioso na tentativa de compreender a experiência religiosa em um de seus maiores elementos: a subjetividade. Assim, mediante a obra freudiana citada, iniciamos nosso estudo refletindo sobre o papel da religião na vida dos sujeitos, a partir dos objetivos gerais, isto é, motivação à conversão, garantias ofertadas pela igreja e indicadores de mal-estar após conversão ao novo credo. Desse modo, o caminho trilhado por nós nos permitiu fazer uma aproximação de como a religião atua no universo psíquico dos sujeitos pesquisados, desvelando, assim, seus anseios, medos, frustrações, visão de mundo, conquistas, descobertas, encantos e desencantos, que refletem em sua opção e permanência no universo religioso. Para tanto, recorremos a uma metodologia de base qualitativa, onde utilizamos as técnicas da observação participante, entrevista semi-estruturada e roda de conversa com a finalidade de alcançarmos os objetivos propostos. Após compilação dos dados, realizamos um trabalho de interpretação teórica, na tentativa de compreender esse sujeito, situando o espaço ocupado pela religião nesse processo de re-significação da subjetividade na passagem do século. Ao término desse estudo, inferimos que a religião, especificamente de denominação pentecostal, possui estreita afinidade com os ideais do homem contemporâneo e que, portanto revela alto grau de assertividade no que se propõe - a saber fornecer ao sujeito um sentido para sua existência em meio a uma sociedade perversa, mas sentido esse incompleto, inacabado e faltoso, na medida que é permeado por um mal-estar inerente a toda uma civilização.