Cuidado ao paciente com doença renal crônica no nível primário: pensando a integralidade e matriciamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Pena, Paulo Félix de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/96816
Resumo: A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema de saúde pública crescente no mundo. A detecção e tratamento precoces reduziriam as altas taxas de morbimortalidade e custos associados. Esse trabalho buscou identificar o panorama do acesso ao cuidado a partir da conduta dos médicos da Atenção Primária à Saúde (APS) na linha de cuidado da doença. Trata-se de um estudo transversal, realizado com 62 médicos de família, que representavam 24,3% do universo de 255 médicos de famílias atuandonos Centros de Saúde da Família do Sistema Único de Saúde da cidade de Fortaleza, Ceará, no período de agosto de 2011 a fevereiro de 2012.Utilizou-se um questionário para a coleta e os dados foram analisados por meio do programa SPSS versão 19.0. Os aspectos éticos foram seguidos em todas as etapas da investigação.Idade e tempo de formado foram inversamente associados à detecção da DRC(OR 0.777 IC 0.633-0.955, p=0.016 e OR 0.732 IC 0.435-0.973, p=0.027, respectivamente) e ao encaminhamento precoce ao nefrologista (OR 0.682 IC 0.578-0.863, p=0.005 e OR 0.711 IC 0.671-0.929, p=0.024, respectivamente). Os achados apontam que a Taxa de Filtração Glomerular (TFG) foi mensurada por apenas 8.1% (5) dos médicos para pacientes com diabetes e 4.8% (3) pacientes com hipertensão arterial. Mais da metade dos médicos (51.2%) referenciariam o paciente apresentando redução leve/moderada da TFG ao nível secundário. Por outro lado, 25.8% (16) dos médicos não referenciariam o paciente com DRC avançada ao especialista. Apenas 20.5% (15) dos médicos de família encaminhariam pacientes diabéticos para outros profissionais não médicos, enquanto 12.3% (9) encaminhariam os pacientes hipertensos.A lacuna entre esses dois níveis da atenção implica em barreira de acesso ao usuário, podendo comprometer avanços no plano da integralidade. A criação de novos dispositivos no processo de trabalho torna-se urgente e o apoio matricial apresenta-se como proposta viável para a articulação das ações entre os níveis da atenção no cuidado do portador da DRC ou seus fatores de risco (hipertensão arterial e diabetes).