Redescoberta da vida: significado de grupos de apoio na perspectiva da mulher mastectomizada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Pinheiro, Cleoneide Paulo Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/69700
Resumo: O câncer de mama é tido como uma doença cruel e furtífera, papel que desempenhará até o dia em que for esclarecida sua etiologia e cura. Tido como patologia complexa e heterogênea com formas de evolução lenta ou rapidamente progressiva, sua terapêutica é prolongada, dolorosa e, na maioria das vezes, mutilante, razão que deu origem à formação de grupos de apoio a mulheres com esse diagnóstico. Os grupos de apoio que assistem mulheres no pós-operatório de cirurgia por câncer de mama baseiam-se no fato de que a ajuda mútua é uma forma pela qual a mulher mastectomizada pode readquirir a autoconfiança e voltar a exercer todo o seu potencial físico, psicológico e estético. O encontro de mulheres que compartilham da mesma problemática propicia a criação de um espaço, que permite um intercâmbio rico a partir da troca de experiências e ajuda mútua. A presença do outro permite revisar as crenças de cada uma, questionar os segredos, informações incompletas e tabus, adquirir conhecimentos acerca da doença, e esclarecer dúvida sobre pressupostos mantidos no tempo. Neste trabalho, buscamos compreender, na perspectiva da mulher mastectomizada, o significado de conviver em grupos de apoio existentes em Fortaleza. Trata-se de um estudo qualitativo no qual os dados foram obtidos com entrevista semi-estruturada com 25 (vinte e cinco) mulheres pertencentes a grupos distintos no período de abril a maio de 2004. Os dados foram organizados pela análise temática de Bardin (1997), sendo identificadas 03 categorias: socialização das experiências, suporte para o enfrentar a situação de vida e compartilhando as incertezas da cura .Os resultados demonstraram que as mulheres julgam de grande valia os grupos de apoio para sua recuperação e reintegração social; que a inserção nos grupos é vista como uma ferramenta que favorece a mulher na superação de suas dificuldades, funcionando como um estímulo no retorno e reconstrução de uma nova história de vida. Concluímos que devemos estimular os trabalhos realizados pelos grupos, favorecer o desenvolvimento e/ou a expansão de grupos desta natureza para o município de Fortaleza, devendo ser inclusos nos serviços de saúde publica, sendo necessário, portanto, despertar a atenção das autoridades governamentais locais no sentido de valorizar e reconhecer esse tipo de serviço para que todos tenham acesso, visto que os grupos são ricos de significados para cada participante, trazendo elementos que contribuem para aprendizagem da convivência humana, o que nos estimula a utilizar o grupo como estratégia que possibilita ser e crescer.