Comorbidades não oportunistas e multimorbidade em pessoas que vivem com HIV/AIDS - prevalência e fatores associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lima, Lorena Falcão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/117230
Resumo: Na última década tem sido observada em todo o mundo a da morbimortalidade relacionada ao HIV/aids, sendo esta associada à ampliação do acesso à terapia antirretroviral, resultando no aumento da expectativa de vida das pessoas vivendo com HIV/aids. Nos países desenvolvidos tem sido observada redução importante da morbimortalidade relacionada às infecções oportunistas, contrastando com o aumento da morbimortalidade associada às doenças crônicas não oportunistas (DCNO), que costumam acometer essa população de forma mais frequente e precoce. No Brasil parece existir a mesma tendência, embora existam poucos estudos que nos permitam caracterizar este fenômeno. Nosso estudo objetivou determinar a prevalência e fatores associados às comorbidades não oportunistas e multimorbidade em pessoas que vivem com HIV/aids em seguimento clínico em serviço de referência secundário na região Nordeste do Brasil. Trata-se de estudo observacional, prospectivo, transversal e quantitativo, realizado em serviço especializado de infectologia em Fortaleza-Ceará, no período de junho 2016 a março de 2017. Os usuários do serviço com infecção pelo HIV e idade mínima de 18 anos foram convidados à participação. Os mesmos foram entrevistados e em seguida foram realizadas medidas antropométricas. Informações clínicas e laboratoriais foram complementadas com os registros do serviço. Foram incluídos 201 participantes com mediana idade de 38 anos (IIQ 29-44), sendo 87,1% do sexo masculino, 74,1% solteiros e 72,1% homossexuais masculinos. Em relação aos hábitos, predominaram indivíduos não-tabagistas (58,7%), etilistas (66,6%) e sedentários (55,2%). A mediana do tempo de diagnóstico de infecção pelo HIV era de 4 anos (IIQ 1,5-5,6). Quanto à prescrição de TARV no recrutamento, predominou os pacientes experimentados em TARV (84,6%). O tempo de uso da TARV entre os experimentados foi de 2,0 (IIQ 1,0 ¿ 3,9). Um total de 94,7% dos participantes referiu adesão à TARV na última semana. A mediana da carga viral inicial foi de 14.540 (IIQ 3.241 ¿ 47.432) e a mediana do último valor da carga viral foi de10.333 (1.597 ¿ 32.788). Os participantes apresentavam mediana inicial de quantificação de LT CD4+ de 429/mm3 (IIQ 269-636), sendo os valores nadir, zênite e último respectivamente 342/mm3 (IIQ 218-530,8), 759 céls/mm3 (IIQ 519,8 ¿ 1.030) e 652 céls/mm3 (IIQ 437-877). Dos 133 participantes que se encontravam em uso de terapia por mais de 6 meses, 87,2% estavam com supressão viral no último exame laboratorial. A presença de comorbidades foi detectada em 90,6% participantes e 52,2% apresentavam multimorbidade (¿ 2 DCNO). As comorbidades mais frequentes foram dislipidemia (88,9%), doenças hepáticas (54,7%), doenças neurológicas (12,9%) e diabetes mellitus (12,4%). Os fatores associados às comorbidades foram a idade de 50 anos ou mais, sedentarismo, LT CD4+ nadir e atual mais baixos e maior tempo de terapia antirretroviral. Não foram identificados fatores preditores de doenças cardiovasculares, diabetes, alterações renais e hepáticas. É importante o acompanhamento longitudinal dessa população, a definição de marcadores clínicos ou laboratoriais para identificar os indivíduos com maior risco, além de ensaios clínicos avaliando possível benefício de terapias adjuvantes. Palavras-chave: HIV; Comorbidade; Multimorbidade; Envelhecimento.