Escuta e narrativas clínicas em uma instituição de cumprimento de medida socioeducativa: adolescência, tempo e responsabilidade subjetiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rodrigues, Sônia Wan Der Maas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/117692
Resumo: Nesta tese, pretende-se descrever as contribuições de uma escuta clínica orientada pela psicanálise numa instituição de cumprimento de medida socioeducativa. A psicanálise contribui por privilegiar a singularidade, localizando como o sujeito se constituiu psiquicamente, como modo lida com a lei colocando-se no laço social. O método utilizado consistiu na ¿escuta-flâneire¿ para construção de narrativas, contribuições filosóficas de Benjamin, também a ¿atenção flutuante¿ de Freud, visando sedimentar nossa observação, investigação e interpretação. Depreendemos que a adolescência é sinalizada pelas mudanças corporais consequentes do real da puberdade e das pulsões sexuais. Há a tarefa de tomar posição no social diferente daquela da infância e deslocar do seio familiar para a cultura. Percebemos que um mesmo ato infracional, cometido por vários adolescentes, será sempre singular por apresentar nuances relativas à posição subjetiva do sujeito, a relação que estabelece com a lei, com os outros e com o Outro. Concluímos que a oferta de uma escuta orientada pela psicanálise, possibilita ao adolescente experimentar sua divisão subjetiva, nomear suas angústias, incertezas e mal-estar, sustentando suas escolhas. O ato infracional, em sua dimensão de acting-out, surge no lugar de um dizer, marca o sujeito num antes e um depois e deverá ser visto dentro do contexto social, como o adolescer. No tempo cronológico da medida pode acontecer o tempo lógico do sujeito e sua responsabilização subjetiva. Defendemos a inserção da psicanálise no contexto institucional e sociopolítico, devido ao seu posicionamento ético e rigor teórico com a certeza de que, ao ser escutado, o sujeito pode assentir-se subjetivamente. Palavras-chave: Psicanálise. Adolescência. Medida socioeducativa. Responsabilização subjetiva. Narrativas clínicas.