Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Néri, Ane Karoline Medina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/114894
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Resumo: |
O diabetes tipo 2 (DM2) tem alta prevalência mundial e portadores dessa condição têm alta morbimortalidade por doenças cardiovasculares (DCV). O conhecimento sobre formas mais adequadas de se identificar precocemente aqueles sob maior risco cardiovascular (RCV) é muito importante. Este estudo objetivou avaliar o RCV dos com DM2 atendidos na atenção primária, através da avaliação dos fatores de risco tradicionais, da estratificação de RCV por diferentes escores, para se determinar a concordância entre eles, e da investigação das associações entre biomarcadores e RCV. Tratou-se de um estudo transversal, em indivíduos com DM2 sem DCV, dos quais foram analisados: fatores de RCV tradicionais, pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) e dados antropométricos. Foram colhidas amostras de sangue, para perfil lipídico, glicêmico, FGF-23, Sdc-1 e VCAM-1 e de urina isolada, para avaliação de VEGF e KIM-1, além de urina de 24 horas, para a albuminúria. Os escores de RCV foram o de Framingham lipídios (ERF lipídios) e índice de massa corpórea (ERF IMC), escore SBD/SBC/SBEM e UKPDS. Foram incluídos 128 diabéticos, com idade de 56 ±10 anos, sendo 68,8% mulheres, com tempo de diagnóstico de DM2 de 7±6anos. A média de PAS foi 133 ±18 mmHg e de PAD foi de 84 ±13 mmHg, a do IMC foi de 30,9 ±5,14 Kg/m2 e a da circunferência abdominal 100,98±11,71cm. Hipertensão foi encontrada em 68% dos indivíduos, síndrome metabólica em 92,2% e doença renal em 18,2%. A HbA1c média foi 8,28 ±2,43%, LDL 101,4 ±33,52mg/dL, triglicerídeos 185,83 ±113,65mg/dL e colesterol não-HDL 135,78 ±38,13 mg/dL. A estratificação de RCV pelos escores mostrou maiores índices de alto RCV pelo ERF lipídios (68,8%), IMC (78,1%) e escore SBD/SBC/SBEM (98,4%). O UKPDS mostrou maioria de baixo risco para qualquer categoria. O grau de concordância mostrou-se substancial entre o ERF lipídios e o escore SBD/SBC/SBEM (índice Kappa 0,71; p=0,014), moderado entre ERF lipídios e ERF IMC (índice Kappa 0,46; p=0,000) e ausente entre o UKPDS e os demais escores. Análise de regressão logística revelou que o VCAM-1 está associado de forma independente com alto RCV pelo ERF lipídios e pelo UKPDS categoria doença arterial coronariana. Os indivíduos com DM2 avaliados apresentavam perfil cardiometabólico ruim e alvos terapêuticos não atingidos, a despeito do alto RCV. A concordância moderada entre o ERF lipídios e o ERF IMC e a não concordância do UKPDS com os outros escores podem não ser reais uma vez que nenhum desses escores fora validado na população brasileira e por ser a aplicabilidade do UKPDS melhor nos com DM2 recém diagnosticada. A associação independente do VCAM-1 com maior risco pelo ERF lipídios e UKPDS mostra presença de disfunção endotelial sem manifestações clínicas, o que traduz RCV ainda maior. Devemos pensar na incorporação de novos biomarcadores, como o VCAM-1, aos escores de risco existentes, de forma a selecionarmos mais precocemente os indivíduos diabéticos com maior RCV que possam ser tratados de forma agressiva e precoce, visando à obtenção de metas e à prevenção de DCV futura. Para tal, estudos mais robustos, com maiores amostras e com maior poder estatístico necessitam ser realizados. |