Humanização no parto: o homem nordestino no nascimento do filho em um hospital público de Fortaleza-Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Rocha, Antonio Eusebio Teixeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/92914
Resumo: O presente trabalho aborda a Política Nacional de Humanização do parto em um hospital público, destacando a inclusão do homem com a intervenção ?Parto Que Te Quero Perto?. Põe foco no papel do homem na hora do parto e as mudanças sociais importantes que institucionalizam a cultura hospitalar na condução do nascimento de uma criança. Objetiva-se investigar o impacto do parto humanizado com a participação do pai no parto e a vivência do homem nordestino durante o pré-natal, parto e pós-parto, observando estereotipagens e estigmas vivenciados com a ?plasticidade dos preconceitos?, num hospital público em Fortaleza-Ceará-Brasil. Estudo qualitativo, etnográfico, teve como cenário o Hospital Gonzaga Mota de Messejana em Fortaleza-CE, como também visitas domiciliares. Os dados foram coletados a partir da observação participante - ?O Percurso do Parto? - acompanhando dez casais ?grávidos? durante toda a trajetória hospitalar, e das narrativas de informanteschave: profissionais da saúde, funcionários do hospital e homens da comunidade. O período de coleta dos dados foi nos meses de janeiro a maio de 2010. Para a análise dos dados, empregou-se o método proposto por Bardin (2007). Comparando o impacto antes e depois da intervenção, detectou-se diferença no acesso do pai ao hospital público, nos preconceitos sobre a dominância masculina, no seu medo de enfrentar o parto e no cuidado familiar. Constatou-se uma imagem do homem nordestino como ?machista, grosseiro e insensível?, e a exclusão do pai no parto por ser ?coisa de mulher?. Porém, uma nova construção da masculinidade, do ?homem-companheiro? e ?pai-cuidador? está emergindo na periferia de Fortaleza-CE. Considera-se essa participação como um fato inato, mas que precisa ser (re)aprendido e estimulado para ele (re)assumir um papel que foi desvalorizado. Evidenciamse a luta de alguns profissionais no sentido de assegurar aos homens esse direito da experiência do nascimento do filho e a necessidade de uma participação maior do que a estabelecida na Lei Federal 11.108-2005. Depois da tecnologia do ?Parto Que Te Quero Perto?, foi perceptível a mudança ou ?plasticidade dos preconceitos? nessas caricaturas do homem cearense de baixa renda. Recomenda-se com esta experiência a valorização do processo de empoderamento do casal ?grávido? que de posse dos conhecimentos necessários poderão se reconhecer como protagonistas principais do parto, lutando e se apropriando deste momento tão único em suas vidas.