O sujeito silenciado pelo discurso médico: considerações psicanalíticas acerca do diagnóstico de depressão na contemporaneidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Herculano, Lívia Freire de Menezes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/125502
Resumo: A depressão é um dos adoecimentos com maior incidência na contemporaneidade, com níveis considerados epidêmicos pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2020). O diagnóstico de depressão é estudado pela psicopatologia psiquiátrica e psicopatologia psicanalítica, tendo aproximações e distanciamentos teóricos ao longo dos anos. Na atualidade, a Psiquiatria possui um enfoque eminentemente orgânico e utiliza-se dos manuais de classificação das doenças para justificar sua prática. A Psicanálise entende que a depressão não deve ser reduzida a um diagnóstico unicamente nosográfico, sendo necessária a análise caso a caso do adoecimento, além de ser relevante a consideração do contexto sociocultural que o sujeito se encontra inserido. Enquanto a Psiquiatria espera silenciar os sujeitos abafando os seus sintomas, a Psicanálise promove uma escuta individualizada para que o sujeito possa falar e o seu desejo advir. O presente estudo realizou uma revisão de literatura acerca do tema depressão perante o saber psiquiátrico e psicanalítico e efetuou uma articulação teórica com a prática clínica da autora com relatos de vinhetas clínicas de pacientes diagnosticados com depressão. As narrativas dos pacientes demonstraram como cada história é única e particular, apesar de os sujeitos estarem sob a égide de um discurso médico dominante e inseridos na lógica de uma medicalização dos aspectos do viver. A teoria dos discursos lacanianos contribuiu para o entendimento de que depressão se fala na contemporaneidade, com uma investigação para além das estruturas clínicas dos sujeitos. Diante deste cenário, o discurso do analista deve ser considerado como aquele que é capaz de promover uma movimentação discursiva nos sujeitos e, com isso, a Psicanálise é uma possibilidade de resistência dos sujeitos ao silenciamento proposto pelas Ciências Médicas. Palavras-chave: Depressão. Diagnóstico. Psicanálise. Discursos. Psiquiatria. Contemporaneidade.